Caríssimos leitores e caríssimas leitoras deste blogue. 31.12.07
Até 2008!
Caríssimos leitores e caríssimas leitoras deste blogue. 30.12.07
29.12.07
Salazar chega ao poder... e fica!
Maio de 1968? Serge Reggiani
Os Maios de 1968, burguesmente anti-burgueses, fizeram-se contra o capitalismo e imperialismo europeu e norte-americano, mas também contra o social-fascismo soviético. Tinham raízes em movimentos culturais e intelectuais que marcaram a história da Europa e dos EUA desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Pretendiam destruir o capitalismo e a sociedade burguesa, mas também o totalitarismo soviético. Os seus protagonistas ao fantasma de Trostki, e veneravam as revoluções terceiro mundistas em África, na América Latina e no Sudeste Asiático. Mas os revolucionários de 68, absolutamente intolerantes, podiam odiar-se tanto e perseguir-se tanto entre si como aos seus inimigos objectivos. O Maio de 1968 deve, também por isso, ser recordado. E depois, porque nos deixou músicas, letras e intérpretes inesquecíveis! Como Serge Reggiani!
The Costs of Containing Iran
"The Bush administration wants to contain Iran by rallying the support of Sunni Arab states and now sees Iran's containment as the heart of its Middle East policy: a way to stabilize Iraq, declaw Hezbollah, and restart the Arab-Israeli peace process. But the strategy is unsound and impractical, and it will probably further destabilize an already volatile region."21.12.07
Revisionismo histórico ou quê?
Às oito da manhã na TSF e à uma da tarde na TVI, lá disseram os jornalistas de serviço, diligentemente, que o alargamento do "espaço" Schengen à Europa central e de leste punha finalmente um ponto final na história da "Cortina de Ferro". Ou seja, a "Cortina", que nos tínhamos habituado a considerar sinónimo da divisão da Europa por causa da ocupação militar soviética de países como a Checoslováquia, a Bulgária, a Roménia, a Hungria e dos três estados Bálticos, tinha afinal, para espanto meu, sobrevivido dezanove anos à queda do Muro de Berlim, dezassete à implosão da URSS e, consequente, ao fim da Guerra Fria. Como a afirmação foi produzida duas vezes em órgãos de informação tão distintos, é óbvio que ela só pode ter tido origem externa às redacções. Por isso, só me pergunto se tão arrojada afirmação é sinónimo de puro revisionismo histórico ou de singelo servilismo ideológico perante os superiores desígnios da "Nova Europa"? Por mais que uma coisa vá dar à outra.18.12.07
Poder de Compra
Sempre a aprender

16.12.07
Singela Homenagem
15.12.07
A Questão do Kosovo.
A provável e talvez inevitável independência do Kosovo está, compreensivelmente, a baralhar muita gente e a mostrar como, também nestas coisas da autodeterminação e independência de "povos" e "nações", é muito difícil manter coerência política e ideológica. É sobretudo o caso daqueles que se opõem à eventualidade.Basta que se olhe um pouco para a história para perceber que não existe nenhum argumento político capaz de impedir a criação de mais um estado nos Balcãs. Inviável, ou não, o futuro estado do Kosovo, a verdade é que não será o primeiro, nem sequer o mais inviável daqueles que foram criados depois de 1945. O mesmo argumento é válido se nos opusermos à sua independência por e considerar que será factor de transcendente instabilidade na região.
Parece-me a mim que dificilmente, se pode ter andado nas décadas de 1950 e 1960 a defender e a propor independência de tudo o que era território colonial nas Caraíbas, em África ou na Ásia, já para não falar, por exemplo, de Timor-Leste, e sustentar agora que a independência do Kosovo criaria um estado inviável nos Balcãs.
Há depois o argumento de que a independência do Kosovo é mais uma provocação gratuita à Sérvia e aos sérvios, nomeadamente ao amputar uma parte do seu território de grande importância histórica, ideológica e simbólica. No entanto, seria ridículo que depois da Sérvia ter sido amputada de quase tudo, se fizesse cerimónia com o Kosovo, ainda mais quando a "comunidade internacional", sem mandato da ONU, interveio militarmente contra a Sérvia no Kosovo para impedir o "genocídio" de kosovares mas, de facto, e em última análise, para retirar a Belgrado a capacidade de exercer a sua soberania, internacionalmente reconhecida, sobre uma parte do seu território.
Existe ainda o argumento segundo o qual o reconhecimento europeu e internacional, nomeadamente norte-americano, de uma independência do Kosovo, abrirá uma caixa de Pandora naquelas regiões da Europa, nomeadamente na nossa vizinha Espanha, em que existem fortíssimas tensões nacionalistas e independentistas. Para o bem, ou para o mal, independente o Kosovo, Catalunha ou País Basco também o deverão ser. Porém, a verdade é que a dita "caixa", no que diz respeito aos eventos na antiga Jugoslávia, está aberta há quase vinte anos e, naquilo que “concerne” à Espanha, não só problema nacionalista é mais antigo, como não é liquido que vá degenerar em independências indiscriminadas provocadas por contágio. Por exemplo, depois da balcanização da Europa que teve lugar após o fim da Primeira Guerra Mundial, muitas nações europeias e não europeias ficaram, e ainda permanecem, sem estado. Ora se a partir de 1919 se abriram tão generosamente as portas aos nacionalismos (como nas décadas de 1940, 1950 e 1960 com a vaga descolonizadora), mas todas as questões nacionais não foram resolvidas e a aparente ou real loucura criação de novos estados acabou por ser controlada, não é líquido que seja agora Kosovo independente a redefinir radicalmente as fronteiras europeias ou outras. Sendo certo que a balcanização de Espanha é uma possibilidade e, até, provavelmente, uma possibilidade a evitar, muito mais do que uma independência do Kosovo contribuirá directa ou indirectamente para que tal possa vir a acontecer. No entanto, a balcanização de Espanha só será efectivamente dramática se decorrer de uma vitória do terrorismo sobre a democracia, cenário que no Kosovo nunca se colocou (houve terrorismo de parte a parte e democracia em parte alguma). Paralelamente, seria estranho que não se ponderasse a forte possibilidade de a União Europeia estar condenada a integrar no seu seio aquilo que se propõe agora, e transitoriamente, fraccionar.
Finalmente, há quem se refugie, para defender a integridade territorial da Sérvia, nos perigos que encerra uma rectificação de fronteiras como a que está em marcha na Sérvia e no Kosovo. Ora na verdade a história da Europa tem sido feita, sempre foi feita, a partir da rectificação de fronteiras impostas pelos mais fortes. E diga-se, aliás, para o bem ou para o mal, que este não é sequer apenas um problema europeu naquilo que aos último 50 ou 60 anos diz respeito. Por exemplo, a comunidade internacional, que integrou “sabiamente” a Eritréia na Etiópia depois da Segunda Guerra Mundial, reconheceu o seu direito à autodeterminação e independência há meia dúzia de anos após décadas de guerra civil. A mesma comunidade internacional que reconheceu um único estado paquistanês – um ocidental e um outro oriental –, aceitou décadas mais tarde a inevitabilidade e a bondade da criação do Bangladesh a partir do antigo Paquistão oriental e após vários anos de guerra civil. A comunidade internacional também pouco ou nada faz para impedir a integração do Saara ocidental em Marrocos (outra redefinição de fronteiras), como não mexeu uma palha para evitar aquilo que foi uma violação ilegal e violenta do princípio de não revisão unilateral de fronteiras quando, em Dezembro de 1961, tropas da União Indiana invadiram e ocuparam o "Estado Português da Índia." E por aí fora…
13.12.07
11.12.07
10.12.07
Funeral do "Guardia Civil" Fernando Trapero
Quis, mas não pude, publicar estas imagens a semana passada. Aqui vão. Uma sincera homenagem aos que morreram em Espanha na luta contra o terrorismo da ETA.
Crime sem castigo
Mais um “segurança da noite” – seja lá o que isso for – foi assassinado ontem com tiros de metralhadora em Gaia à porta de sua casa. Parece que é a sexta personagem da noite que morre baleada ou esfaqueada. O que faz o Governo? Assobia para o lado, garantindo que tudo está sob controle. O ministro da Administração Interna, personagem politicamente absurda, tem que sair do Governo e a polícia e os tribunais têm que actuar. E não me venham dizer que andam a investigar. Num meio como o da "noite" toda a gente sabe de onde é que vem o perigo e quem é que pode ser assassinado a seguir. Se ninguém faz nada é caso para desconfiar de tamanha impotência, o que quer dizer que as teias tecidas pela "noite" entram pelas polícias e pelo ministério público do Porto dentro.Há português maior do que Sócrates?
Com o intuito de promover uma nova imagem do nosso país – e tudo, na vida como na morte, se resume para este Governo a uma “questão de imagem” –, parece que está para rebentar mais uma campanha "mediática" sobre Portugal lá fora. Custou uns três milhões de euros (coisa pouca tendo em conta uns grandes resultados que serão obtidos) e conta com a participação de grandes portugueses vivos que vão do génio Cristiano Ronaldo à humilde Marisa, passando pelo impagável Mourinho. Pelo meio aparecem outros grandes portugueses mais ou menos obscuros, mas com grande obra que falará por si e por eles. Mas há uma ausência lamentável, inexplicável e, até, provocatória. O nosso primeiro Sócrates não aparece. Os “criativos” da campanha, aparentemente, ignoraram-no. Ora, pergunto eu: existe, em Portugal português maior do que ele e que mais tenha contribuído para a nova imagem de um Portugal melhor? É o que se pode chamar um desperdício insustentável de recursos. Tão elegante, tão culto, tão determinado, tão educado, tão tudo! E nada. Não aparece!9.12.07
Espanha, Portugal e a Cimeira Europa-África de Lisboa.
Não se pode negar que Portugal foi notícia em Espanha por causa da cimeira Europa-África concluída hoje. No entanto, os holofotes sobre a dita, e ao menos nos "telejornais" da TVE, centraram-se num encontro realizado em Lisboa, durante a cumbre, que juntou à mesma mesa Zapatero e Sarkozy para discutirem a cooperação franco-espanhola na luta contra o terrorismo etarra (ver aqui a cobertura do evento pelo El Mundo on-line). Isto para dizer também que seria importante perceber o que é os media de cada de cada país europeu ou africano consideraram valer a pena destacar da citada e redundante cimeira. Tais perspectivas serão interessantes e importantes em si mesmas, mas mais ainda por nos fazerem recordar como foi patético e supérfluo o discurso oficial português e europeu sobre o evento. 1.12.07
Restauração
No dia 1 de Dezembro de 1640 deu-se início, com um golpe palaciano bem sucedido que pretendia pôr fim ao domínio espanhol em Portugal, a uma das mais relevantes e dramáticas revoluções políticas e sociais que o nosso país conheceu em mais de "oitocentos anos de história." Essa Revolução, aguardada por um país e um império ocupados e um povo humilhado e violentado pela boçalidade espanhola, restituiu-nos não apenas a liberdade e a independência. Trouxe de volta a dignidade entretanto perdida.Hoje, dia 1 de Dezembro de 2007, como aliás genericamente nas últimas décadas, a "Restauração" da independência portuguesa não merece um comentário, uma análise ou uma notícia digna de nota. O seu chefe, o futuro D. João IV (ver imagem acima), é uma não existência para a generalidade dos portugueses que não fizeram a antiga “4.ª classe”. Na imprensa escrita que li, nas rádios que ouvi e nas televisões que vi, escreve-se e fala-se da SIDA – hoje é o seu dia internacional –, da "bola", da Ota e dos empréstimos camarários do Sr. Presidente António Costa. Tudo factos da maior importância para o nosso destino colectivo. O tempo e a ignorância tudo esquecem e tudo justificam. Mas valha a verdade que prefiro este esquecimento, ao circo todos os anos montado e desmontado em torno do "25 de Abril" ou do "25 de Novembro." Já para não falar no que aí vem quando se comemorarem os 100 anos da implantação da República.
30.11.07
Lisboa Revolucionária

26.11.07
O Aborto Clandestino
21.11.07
Good Friend, C'est Moi!
Agora que a selecção portuguesa de futebol conseguiu o seu apuramento, a ferros, para o "Europeu", resta-me lamentar, sinceramente, a ausência da Inglaterra, derrotada em casa, no último jogo com a Croácia (2-3). Poder-se-á pensar que estou a ser cínico. Afinal ganhamos sempre, bem ou mal, à Inglaterra em fases finais de europeus ou de mundiais - com excepção do sucedido em 1966. Mas não é verdade. Lamento que uma equipa que, normalmente, joga bem à bola e tem grandes “intérpretes”, não vá à Suíça e à Áustria. Por uma vez sinto-me, verdadeiramente, anglófilo. O que é bom. Afinal é nos maus momentos que se conhecem os verdadeiros amigos. Como eu!17.11.07
Palavras leva-as o vento.
Imagem: Um cata-vento. Fonte: www.imagemnativa.com.br/fotos/507_14_cata-vento.jpg.15.11.07
Independentismo Galego.
Com a explosão de mais uma bomba em Cangas esta madrugada, certo “independentismo” galego dá mostras de querer aprofundar uma táctica, ou uma estratégia, de "luta armada". Por agora não é mais do que um terrorismo de muito baixa intensidade. Trata-se de um problema a seguir com atenção nos tempos mais próximos, e não só.Salazar e Sócrates
Na mesma semana em que as memórias de "Micas", a perfilhada de Oliveira Salazar, chegaram às livrarias e mereceram destaque na imprensa, a revista Visão publica uma reportagem sobre a vida de José Sócrates em privado. Mal por mal prefiro a Micas. É que conta uma história onde se dispensa a intervenção do propagandeado e de qualquer agência de comunicação.14.11.07
O Mistério do Passaporte!

13.11.07
Os Duques de Lugo
A Infanta Elena de Bourbon, que já ouvi ser comparada, na sua muito badalada sexualidade voraz, a Isabel II de Espanha, separou-se de Jaime de Marichalar. Ou melhor, fontes da casa real espanhola reconheceram publicamente aquilo que era um facto conhecido e comentado por muita gente há vários anos. Se a separação dos duques de Lugo se tratasse de uma surpresa absoluta, podíamos argumentar que a falta de paciência de Juan Carlos com Hugo Chavez na cimeira ibero-americana tinha tido o anúncio público deste evento nefasto como causa próxima. No entanto, não deve ter sido assim.11.11.07
Cachimbadas
A partir de hoje também postarei no Cachimbo de Magritte. A culpa é minha, do Pedro Picoito, que me convidou, e dos restantes companheiros de Cachimbo, que aceitaram ir em tamanha loucura.Armistício
Cumprem-se hoje 89 anos sobre o “Armistício” que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (dias antes já a Bulgária, a Turquia e o Império Austro-Húngaro tinham saído de uma guerra que se tornara insustentável militar, política e socialmente). Quem, como eu, tenha sintonizado a meio da manhã a Sky News no canal 32 da TV Cabo na região de Lisboa, assistiu a uma cerimónia de homenagem a todos aqueles que, no Reino Unido e em boa parte dos países da Commonwealth, serviram nas Forças Armadas e morreram pelos seus países não apenas na guerra de 1914-18, mas em todos os conflitos militares em que esses mesmos países, mas acima de tudo o Reino Unido, estiveram ou ainda estão envolvidos. Não vou agora divagar sobre os méritos desta cerimónia em que se envolve toda a classe política britânica e de muitos estados membros da Comunidade Britânica, os veteranos de guerra, as suas viúvas, e boa parte da sociedade civil britânica e de países àquela comunidade, dando significado patriótico profundo a um dos poucos feriados que, por exemplo, os britânicos têm no seu calendário. Aliás, quem assistisse atentamente a esta cerimónia percebia facilmente algumas das razões pelas quais os britânicos têm tanta dificuldade em mudar do paradigma imperial e insular para o paradigma europeu expresso na União Europeia (entre outras coisas um vazio de “símbolos” e de “exemplos”).Prefiro aqui sublinhar o carácter catastrófico da Grande Guerra, a começar pelo elevado número de mortos que provocou entre os súbditos de Jorge V, monarca de um império espalhado por todos os continentes. A experiência britânica na primeira guerra geral europeia do século XX, que foi para os britânicos muito mais mortífera do que a mediática Segunda Guerra Mundial, pôs fim a uma idade de ouro na história do império britânico e da Europa ao destruir cem anos de paz “quase” ininterrupta, e por ter sido o toque de finados de uma sociedade, de uma cultura e de uma civilização que, embora em mudança acelerada, assentavam em princípios que procuravam garantir o equilíbrio possível entre a tradição, que sobrevivera à revolução francesa e às guerras napoleónicas, e a modernidade trazida pela industrialização, pela rápida urbanização, pela primeira globalização da era industrial, pelo crescimento demográfico exponencial e pelo advento e consolidação do nacionalismo e do socialismo modernos.
Teria sido a guerra evitável tendo em conta as circunstâncias que a provocaram? Historiadores dizem que sim! Outros dizem que não! O que é certo é que a guerra de 14-18 mudou radicalmente e irreversivelmente o mundo. Tentou democratizá-lo sem êxito. Procurou recuperar, também sem êxito, o capitalismo industrial e financeiro sustentado no padrão-ouro. Transformou os EUA na primeira potência económica mundial ao mesmo tempo que enfraqueceu o Império Britânico e humilhou, por razões diferentes, franceses, alemães e russos. Acabou por procurar encontrar soluções políticas e diplomáticas que tornassem a guerra não apenas ilegal mas também impossível. Fracassou igualmente neste intento. Provocou duas revoluções na Rússia e, com isso, criou condições para que no maior império da história nascesse o primeiro regime socialista de inspiração marxista, facto que ajuda a perceber, ainda que não totalmente, o advento dos fascismos e do nazismo e, também, da Segunda Guerra Mundial. Alargou geograficamente os impérios coloniais europeus mas corrompeu os pressupostos políticos e ideológicos em que assentava o imperialismo e o colonialismo renascidos na segunda metade do século XIX.
10.11.07
Monarquia e Democracia.
No Arrastão, o Daniel Oliveira aproveita um incidente provocado por Chavez em mais uma cimeira ibero-americana, para dizer que Juan Carlos I de Espanha não pode criticar o presidente da Venezuela pela simples razão de que nunca foi eleito. Como se não bastasse, Daniel Oliveira resume a acção de um monarca constitucional como Juan Carlos I àquilo que vai vendo e lendo na imprensa cor-de-rosa espanhola e portuguesa (pelo menos). Não sou monárquico, nem republicano no sentido mais formal de cada um dos termos, embora a “república”, em sentido amplo, seja o meu regime. Apenas, e como Churchill terá um dia dito, me revejo na democracia por ser o pior dos regimes à excepção de todos os outros. No entanto, o Daniel, e não só, faz muito mal em considerar que a legitimidade de um rei como o de Espanha se encontra diminuída pelo facto não ser um chefe de Estado eleito. Faz mal. Juan Carlos I é e será chefe de Estado de Espanha e a monarquia constitucional vigorará em Espanha, como em muitos outros países europeus que se encontram entre mais prósperos, livres e desenvolvidos do mundo, por vontade expressa do povo espanhol. Convém, por exemplo, recordar que a Constituição espanhola em vigor foi referendada pelo povo espanhol, coisa que não aconteceu com a portuguesa que nos rege. Por outro lado, pergunto a Daniel Oliveira e a muitos outros republicanos e democratas de trazer por casa se por acaso pensam que a Espanha, a Suécia, o Reino Unido, a Bélgica, a Noruega, a Dinamarca, a Suécia, ou o Luxemburgo são sociedades e sistemas políticos menos livres e menos democráticos pelo simples facto dos respectivos chefes de Estado não serem eleitos directamente pelo povo ou pelo parlamento cada quatro ou cinco anos. É óbvio que não! Só o será por preconceito ideológico legítimo mas tacanho q.b..9.11.07
O Tempo dos Humanos
6.11.07
O Rei Juan Carlos I, o Presidente Zapatero, a Espanha e o Marrocos.
O Debate Orçamental
Ridículo!
O Decote e o Tule
Mas vale a pena perguntar porque razão evoco eu aqui a excelsa senhora. Não, não é pelo (des)penteado. Faço-o por causa da "blusa". Uma "blusa" preta, aparentemente de seda barata e enxovalhada com uma tira de tule também negro sobre um decote onde se insinua um peito que talvez, há uns trinta ou quarenta anos, merecesse tal cuidado e atenção por parte de quem se vestia e de quem via.
4.11.07
Estradas de Portugal?
O relatório ("preliminar"?) que o Tribunal de Contas produziu sobre a situação financeira calamitosa em que encontra as Estradas de Portugal (sucessora da tristemente célebre Junta Autónoma das Estradas que Cravinho tentou pôr na ordem nos tempos do defunto Guterres) é mais do que aquilo que aparenta. Será politicamente e aparentemente muito útil à oposição e terrível para o PS e para o Governo no debate sobre o Orçamento Geral do Estado que aí vem. Por outro lado, fragiliza ainda mais politicamente o ministro Mário Lino. Ora este ministro só interessa e só tem interessado por causa da construção do novo aeroporto de Lisboa. Quem, portanto, ganha com um ministro das Obras Públicas fragilizado, ou até na rua, no momento da escolha da localização de um novo aeroporto internacional que sirva a capital do país e o seu entorno e que poderá – talvez – não ser a Ota? A Sócrates, com certeza! Ou não?2.11.07
Empate que sabe a vitória!
Coincidências e Desconfiança
Um trágico acidente hoje em Lisboa ao princípio da manhã fez dois mortos e um ferido em estado muito grave. Abriu assim hoje, às 9 horas, a TSF o seu noticiário. Logo a seguir vinha uma notícia que dava conta de que o Ministério da Administração Interna se encontra a estudar um proposta feita por uma empresa de marketing, segundo a qual os automóveis deveriam, ou poderiam, passar a circular com um dístico bem visível que classificava o grau de “perigosidade” do condutor. Além do absurdo da proposta que radica, desde logo, no facto de não haver automóveis perigosos mas sim condutores perigosos e da questão deste tipo de “dísticos” ter na Europa uma história no mínimo triste e trágica, fica ainda a ideia de que a notícia sobre o "estudo" e os “dísticos” e o destaque dado à notícia sobre o acidente não são inocentes. De facto, há coincidências que só os jornalistas e as centrais de informação do Governo conhecem mas que, infelizmente, não passam ao lado de quem pela manhã ouve telefonia enquanto se barbeia.31.10.07
Sentença
O veredicto do tribunal de Madrid sobre os atentados de 11-M deixou Zapatero esfusiante mas um cidadão anónimo como eu absolutamente estupefacto. E por um conjunto muito simples de razões. O veredicto é "ouro sobre azul" para a política interna e externa espanhola, e não apenas por que rejeita a velha teoria de que a ETA teria tido alguma coisa que ver com os atentados. O facto do "egípcio" ter sido considerado inocente, de apenas três "arguidos" terem sido condenados a pena máxima e de uma boa parte ter saído em liberdade significam uma de duas coisas. Ou a investigação foi mal conduzida e/ou as acusações mal pronunciadas, ou então o tribunal não foi independente e redigiu uma sentença light que apazigua a opinião pública "árabe" em Espanha e no exterior evitando incómodos e dificuldades mais ou menos sérias ao governo socialista.
Certo é que a sentença não foi um ponto final no caso – provavelmente nunca poria – e suscita muitas perguntas e uma desconfiança clara, reforçando a ideia de que também em Espanha o poder judicial não é independente do poder político.
30.10.07
O Livro
26.10.07
Joaquim Chissano tem uma biografia política.
Joaquim Chissano foi há dias proclamado vencedor da primeira edição do prémio Mo Ibrahim que pretende premiar a boa governação em África e, entre outras coisas, o desapego pelo poder demonstrado pelos vencedores, neste caso por Chissano. 24.10.07
Duas Notas
Sobre o 2.º episódio de "A Guerra" transmitido ontem na RTP, apenas duas notas.A primeira, para sublinhar que o fracasso da "abrilada" conduzida por Botelho Moniz e Costa Gomes foi uma bênção para Portugal, apesar de ter tornado inevitável a guerra colonial (ou, sobretudo, por ter tornado inevitável a guerra colonial). Instigada pela Administração Kennedy e contrariada pela vontade de Salazar, Américo Tomás, Kaulza de Arriaga e Adriano Moreira, o triunfo dos "ultras" sobre os "reformadores" do regime, evitou a "latino-americanização" do país. De facto, Kennedy e os seus "rapazes" pensavam que podiam determinar a vida política portuguesa em 1961 (através de um golpe militar e, um mês antes, com o apoio dado ao terror da UPA no norte de Angola), do mesmo modo que outras administrações norte-americanas se tinham habituado a influenciar os destinos de boa parte dos países latino-americanos desde o século XIX. Irónico é o facto de Kennedy ter fracassado em Lisboa em Abril de 1961 e em Angola um mês antes, da mesma forma que, com a CIA e os famosos exilados cubanos, fracassou na Baía dos Porcos na terceira semana de Abril de 1961.
19.10.07
Para que serve um atentado?
Se há país saído da vaga independentista do pós-Segunda Guerra Mundial que está longe de encontrar o seu caminho, esse país chama-se Paquistão. Várias vezes à beira da guerra civil, testemunha de inúmeros golpes militares, terra de ditaduras militares corruptas e bestiais, de experiências democráticas fracassadas, de uma guerra de secessão, de umas quantas com a União Indiana, de terrorismo e radicalismo islâmico, o Paquistão voltou ontem a ser notícia pelas piores razões. Um atentado matou umas 130 pessoas que festejavam o regresso do exílio de Benazir Bhutto. Como se isto não bastasse, e não apenas pelo simples facto do dito atentado não ter sido reivindicado, enquanto o Governo paquistanês aponta o dedo aos radicais islâmicos, o quase viúvo de Benazir Bhutto veio dizer que os responsáveis pela matança não poderiam ser outros senão os serviços secretos paquistaneses. Já só falta alguém jurar que tudo não passou de uma orquestração pensada e executada pelos apoiantes da recém-chegada. Afinal, e como se sabe, nada melhor do que um atentado - seja ele qual for - para que a candidata a primeira-ministra nas próximas eleições legislativas possa vir a ter mais e maiores possibilidades de conquistar um bom resultado.Jornalismo militante que é "jornalismo de sarjeta"
Hoje acordei com a notícia na RTP 1 e com António Esteves Martins fazendo, nos detalhes, nas pequenas histórias, propaganda descarada ao tratado, ao nosso Governo, ao seu líder, à Comissão Europeia e a José Manuel Barroso. Fiquei sem saber, valha a verdade, se o "jornalista" informa ou dá opinião e, sobretudo, se trabalha para um órgão de informação público ou para o Governo português e para a Comissão Europeia (desconfio, no entanto, que é tudo a mesma coisa). Ou claro, se apenas ignora as regras básicas que, supunha, e suponho, regulam a sua profissão.
O detalhe do tratado "rectificado" de Lisboa
Foi realmente foi "porreiro" que os chefes de governo dos não sei quantos países que neste momento compõem a União Europeia aprovassem e se comprometessem a assinar, no próximo mês de Dezembro, um novo tratado "rectificado" de Lisboa. Só falta agora a "ratificação" do mesmo por Parlamentos ou por via referendária durante o ano de 2008. Um pequeno detalhe, portanto. Ora, como dizia ontem António Vitorino na TSF, o "diabo está nos detalhes". É certo que já não na negociação mas na “ratificação”. Em resumo, ainda é muito cedo para lançar foguetes.18.10.07
Um deserto ao virar da esquina
Foto: Dunas no deserto da Namíbia.Onde fica Cañada Real?
Em Cañada Real, nos arredores de Madrid, a polícia tentou hoje demolir um edifício clandestinamente construído. O resultado foi mais de uma vintena de feridos, na sua grande maioria polícias, fruto de uma reacção extremamente violenta por parte daqueles que se opunham à dita demolição por viverem no dito edifício ou noutros das cercanias construídos igualmente num regime de ilegalidade.Segundo testemunhos a cena mais parecia uma “infitada” – o que pude comprovar ao ver as imagens do acontecido na TVE Internacional. E era uma “infitada” pela simples razão de que não só se tratava de uma reacção orquestrada por cidadãos marroquinos imigrados em Espanha, mas por os súbditos de Mohamed VI não terem hesitado em usar armas brancas, bilhas de gás, pedregulhos, tijolos, armas de fogo ou telhas num confronto com a polícia que preparam ao mínimo pormenor. Mas era ainda uma “infitada” pelo facto de, para impressionarem e conquistarem a opinião pública espanhola (e internacional?), usarem indiscriminadamente bebés, crianças, idosos e mulheres grávidas como escudos contra uma acção policial legal e legítima.
De tudo isto, e por agora, só retiro duas conclusões:
Que nos habituemos a este tipo de atitudes que não são mais do que uma tentativa para impor aos madrilenos (autoridades e cidadãos), de forma ilegal, violente e ilegítima, os seus hábitos de vida.
17.10.07
Os Despojos da Aliança

Guerra Colonial
Começou bem o programa de Joaquim Furtado na RTP sobre os 13 anos da guerra colonial que portugueses e africanos, nos dois lados da barricada, combateram em África entre 1961 e 1974. Na economia do 1.º episódio pareceram-me particularmente importantes dois acontecimentos, tendo sido um deles revelado por Holden Roberto, líder da UPA e, depois, da FNLA. Um e outro acontecimento valem por porem seriamente em causa as leituras lineares e simplistas que existem sobre o conflito e da política colonial portuguesa nos últimos anos da história do Estado Novo.Senão vejamos. Holden Roberto confessou que não só os massacres iniciados em Março de 1961 foram planeados durante nove meses e executados de acordo com o planeado, como nunca teriam acontecido caso não tivessem sido fomentados por países terceiros, a começar pela Tunísia. Entre outras revelações interessantes, e algumas delas desconhecidas para mim, Holden Roberto confessou que foram tropas tunisinas, pertencentes ao contingente da ONU estacionado no antigo Congo Belga, a entregar armamento à UPA. Este armamento seria usado para massacrar homens, mulheres e crianças, brancas, pretas e mestiças na metade norte do território angolano e, ainda, para alimentar uma guerra de guerrilha durante vários anos. É claro que muitas outras armas iriam os homens da UPA/FNLA receber com o arrastar do conflito e das mais variadas proveniências. No entanto, o primeiro passo tinha sido dado.
Em segundo lugar, o documentário mostrou-nos claramente que o colonialismo de Salazar e do regime era, em 1961, pouco mais do que retórico. Mas mostrou-nos, acima de tudo, que a determinação de ficar na sequência dos massacres não foi uma imposição feita por um regime e por um governo a um país e ao seu povo. Angola continuou sob soberania portuguesa depois de Março de 1961, e em primeiro lugar, por determinação e vontade dos colonos portugueses que o governo de Salazar, ao contrário dos golpistas fracassados da "abrilada", não quis ou não pôde contrariar nas suas intenções. De facto, não tivesse havido por parte dos colonos uma resposta militar e política aos ataques da UPA, Angola teria caído às mãos de milhares de mãos e mentes criminosas. E era justamente com isto que nem a UPA nem os seus apoios internacionais, que incluíam os EUA, contavam.
16.10.07
14.10.07
O que fazer com a presidência?
11.10.07
O Déficit

Apagar a História
Para o bem ou para o mal, foram os "nacionais" que ganharam uma guerra civil em Espanha que durou quase três anos. De há uns anos para cá, uma parte da sociedade espanhola não pretende apenas que seja feita justiça às vítimas da violência “nacional” que acompanhou aquela guerra civil e, depois, dos crimes que se revelaram umas vezes essenciais, outras dispensáveis, para consolidar o franquismo.Essa parte da sociedade espanhola quer, e pensa que pode, ganhar a guerra civil 60 ou 70 anos depois. Pretende fazê-lo de várias formas. Mas também apagando da vida pública espanhola aquilo que resta de cerca de 40 anos da história de Espanha no século XX, por mais sombrios que os possamos considerar. Aliás, não foram apenas sombrios esses 40 anos de franquismo, porque todas as ditaduras sempre tiveram, e ainda têm, zonas de luz e de sombra.
Essa parte da sociedade espanhola pretende um ajuste de contas com os vencedores e, sobretudo, retomar a história de Espanha em Julho de 1936, o que, aliás, nunca será mais do que um regresso ao ambiente de violência feroz que conduziu ao pronunciamento militar fracassado daquela data e subsequente guerra civil. Como se pode constatar facilmente esta atitude é mesquinha e, sobretudo, muito grave, porque está a reintroduzir em quase todos os quadrantes políticos um radicalismo de palavras e uma violência de gestos que não auguram nada de bom. Ou seja, e basicamente, está-se a destruir o consenso em torno da “transição pactuada” que conduziu à Espanha que conhecemos até ao dia em que Zapatero e o PSOE ganharam as eleições legislativas, mas que já germinava nos quatro anos que durou o último governo de José Maria Aznar.
Sendo a Espanha o único Estado com o qual temos fronteira terrestre desde que o nosso império colonial se foi, devemos estar atentos e preocupados com aquilo que se passa aqui ao lado, para além do terrorismo da ETA e do triste fenómeno dos nacionalismos, seguros porém de que o futuro nada trará de bom, arriscando-se a Espanha a regressar à instabilidade política e social endémica que conheceu desde o início do século XIX até ao momento em que se aprovou a Constituição que (ainda) vigora. Àqueles que pensam que a prosperidade económica evitará o pior, apenas me ocorre dizer-lhes que não conhecem nada da história de Espanha nem da história da Europa.
História e Petição

Comemorar a República
Doris Lessing
Dando uma vista de olhos pela imprensa on-line depois de ter sido conhecido a quem fora atribuído o Nobel da Literatura deste ano, deparei-me com uma entrevista dada por Lessing ao El Mundo e na qual produziu estas duas belas e curtas respostas a um par de perguntas que muitas vezes se fazem aos mais velhos e às mulheres preocupadas com estado da chamada "condição feminina".
"Pregunta.- El próximo mes cumplirá 87 años. Supongo que, de vez en cuando, echa la vista atrás... ¿Qué ve entonces?
Respuesta.- Todo aquello tan espantoso que había cuando era joven ha desaparecido. Todo eso que parecía permanente: Hitler, Mussolini, la Unión Soviética, el Imperio Británico, todos los países europeos que eran imperio, el racismo en Estados Unidos, Franco... Se han ido...
[…]
P.- ¿Cuál es el papel de la mujer a estas alturas?
R.- El rol de la mujer ahora y siempre será el de tener hijos.
P.- Algo cambiará alguna vez... R.- Tenemos que seguir teniendo hijos, ¿no? ¿Y cómo vamos a cambiar eso?"
9.10.07
O Insulto
O primeiro-ministro insiste na ideia de que os portugueses podem fazer manifestações de protesto político, mas não podem insultar. No caso, não o podem insultar sobretudo a ele, uma espécie de messias dos tempos pós-modernos. Sobre isto ocorre-me dizer, e em primeiro lugar, que não sei onde é que Sócrates foi buscar esta ideia peregrina de que a democracia proíbe, ou deve proibir, o insulto democrático e livre do povo aos políticos e, especialmente, aos chefes de Governo. Em segundo lugar, Sócrates poderia eventualmente pedir que os portugueses não o insultassem no caso dele não insultar os portugueses. Ora qualquer pessoa minimamente atenta já percebeu há um bom par de anos que Sócrates não tem feito outra coisa desde que ganhou as eleições legislativas que não seja insultar os portugueses. E não me refiro apenas ao permanente insulto à inteligência dos seus concidadãos muito típico da classe política. Refiro-me ao insulto gratuito que Sócrates permanente lança sobre esta mesma classe política (vejam-se os debates parlamentares), sobre grupos profissionais e sociais, além, claro está, do insulto ao bom senso e à boa educação que manifestamente desconhece. Além disso, e até prova em contrário, até parece que não o incomoda que muitos colegas seus de governo e camaradas de partido não parem de, também eles, insultar os portugueses tanto por palavras como por actos.8.10.07
Combate à Corrupção
5.10.07
Não passamos disto.
4.10.07
Joaquin Sabina: "19 dias y 500 noches"
A primeira de uma triologia. Por nenhuma razão em especial. Hoje sinto-me mais espanhol. Não há coisa mais portuguesa?
Causa de Morte: Homícidio ou Suicídio?
É claro que não é apenas por causa deste ou daquele episódio que merece uma maior atenção dos media, mas o regime está a afundar-se a um ritmo impressionante. Para além de muitos factos aparentemente menores, houve e há as fugas de Barroso e Guterres, a governação de Santana Lopes e a de Sócrates. Vieram recentemente as eleições "directas" para o PSD e, hoje, uma entrevista a João Cravinho que a Visão publica e o Público on-line resume. Vejam-se, por exemplo, estas afirmações de Cravinho sobre a qualidade moral e a verticalidade ética de quem governa em nosso nome:“O presidente do grupo [Alberto Martins] disse que o fenómeno [da corrupção] existia, mas que Portugal não estava numa situação particularmente gravosa. Pelo contrário, nas comparações internacionais estava muito bem. Fiquei [João Cravinho] de boca aberta”.
Ou ainda: “Foi dos maiores choques da minha vida ver que aquela matéria causava um profundo mal-estar, era como um corpo estranho no corpo ético do PS. Apesar de algumas dificuldades que antevia, não contava com uma atitude de absoluta incompreensão para a natureza real do fenómeno da corrupção."
1.10.07
Aniversário
Quem sou eu para recomendar o que quer que seja a alguém, nomeadamente o consumo de "bens culturais". Penso que nunca o fiz em nenhum dos posts que escrevi aqui ou no "amigo do povo". Não é por isso que deixo de ter quase sempre curiosidade em conhecer as opiniões dos outros sobre as recomendações que fazem, sobretudo quando se trata de livros.Se, no entanto, mais do que uma obra escrita por um historiador, aqueles que me lêem preferem degustar um excelente pedaço de prosa sobre a dita revolução, nada como ler Leon Trotsky e a sua História da Revolução Russa. Além de boas edições em língua inglesa, penso existirem também traduções francesas e espanholas. Haverá alguma brasileira?
Já agora, e como devem ter percebido, os vídeos à direita são sobre a revolução bolchevista. Excertos de obras cinematográficas de propaganda que, talvez por isso mesmo, sempre me pareceram excelentes. Ou não tivesse eu chegado ao audiovisual através da publicidade televisiva. Sim, porque há trinta e tal anos, eram os reclames que me deliciavam na TV a preto e branco, com um só canal, ainda por cima público.






