Às oito da manhã na TSF e à uma da tarde na TVI, lá disseram os jornalistas de serviço, diligentemente, que o alargamento do "espaço" Schengen à Europa central e de leste punha finalmente um ponto final na história da "Cortina de Ferro". Ou seja, a "Cortina", que nos tínhamos habituado a considerar sinónimo da divisão da Europa por causa da ocupação militar soviética de países como a Checoslováquia, a Bulgária, a Roménia, a Hungria e dos três estados Bálticos, tinha afinal, para espanto meu, sobrevivido dezanove anos à queda do Muro de Berlim, dezassete à implosão da URSS e, consequente, ao fim da Guerra Fria. Como a afirmação foi produzida duas vezes em órgãos de informação tão distintos, é óbvio que ela só pode ter tido origem externa às redacções. Por isso, só me pergunto se tão arrojada afirmação é sinónimo de puro revisionismo histórico ou de singelo servilismo ideológico perante os superiores desígnios da "Nova Europa"? Por mais que uma coisa vá dar à outra.
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