30.8.08

O Governo, a "onda de violência" e os media.

Se a "onda de violência" que Portugal conheceu e conhece nas últimas semanas fosse apenas um fenómeno inventado pelos media, como muita boa gente quer garantir, porque razão estaria o Governo a mandar, quase todos as noites, as forças da ordem para a rua onde levam a cabo operações policiais na companhia de inúmeros jornalistas? A não ser, claro, que o Governo reconheça que deve dar o seu aval ao real, ou suposto, festival mediático que tanto critica.

29.8.08

Sarah Palin

Ver vídeo aqui!

Regionalização


É por causa de pequenos nadas como este que a regionalização não se pode nem se deve fazer.

27.8.08

A Senhora Clinton em Denver

Como é óbvio, e por isso tem uma carreira política, Hillary Clinton quer ser a primeira mulher presidente dos EUA e com isso, também, contribuir para que a dinastia Clinton ganhe um lugar na história política da maior nação do mundo. O seu discurso (ler absolutamente notícia do The NewYork Times) de apoio incondicional e sincero a Obama foi inevitável mas, desculpe-se a contradição, encerrou uma enorme dose de cinismo e de calculismo político. Para a Sra. Clinton a sua chegada à Casa Branca implica a derrota de Obama nas eleições deste ano. Para melhor perceber estas coisas, convém notar que um dos maiores inimigos políticos dos Clinton, e apoiante notável de Obama, chama-se Ted Kennedy e esteve – se é que ainda não está – na convenção do Partido Democrático em Denver onde também discursou. Mas a política é assim e Hillary, e sobretudo o seu marido Bill, tudo farão, nos bastidores, para que Obama perca. O discurso de Hillary ontem foi um dos maiores sapos engolidos pelos Clinton desde 2000. Não será o último. Mas uma vitória de Obama é das últimas coisas que os Clinton podem desejar. É claro que caso Obama ganhe os Clinton não desistirão. Hillary e Bill estão para as curvas e a sua filha, Chelsea, ainda agora saiu da Universidade e tem uma vida inteira à sua frente. Assim saiba manter-se afastada de escândalos que possam ser letais.

25.8.08

O Discurso Mais Esperado do Verão de 2008.

Não percebo nada de política, mas tenho para mim que a substância e a forma do discurso que Manuela Ferreira Leite irá pronunciar na próxima semana na Universidade de Verão do PSD (ou será da JSD?), demonstrará que o silêncio parcial, mas sensato, a que se remeteu de algumas semanas a esta parte foi uma muito boa e bem pensada opção...
Para além de tudo o mais, vale a pena evocar aqui a verdade quase sempre indiscutível existente por trás da velha máxima segundo a qual pouco importa que falem bem ou mal de nós… O importante é que falem. E desde finais de Julho não se fala de outra coisa senão de um silêncio que, de facto, nunca existiu, dando a Manuela Ferreira Leite um protagonismo que certamente saberá potenciar no dia 7 de Setembro.

22.8.08

Cepticismo Ideológico

No hemisfério norte falta menos de um mês para que acabe o Verão. O tempo tem estado uma miséria, pelo menos do Algarve para cima. Em Évora, Beja, Portalegre ou Castelo Branco poucos foram os dias em que a temperatura foi além dos 35º C (no litoral então ainda menos). Eu sei que o Inverno foi suave, mas falar em "aquecimento global" com dois verões fresquinhos consecutivos no hemisfério norte, não convence cépticos ideológicos como é o humilde autor deste blogue.

21.8.08

As Conveniências da Fé

Assim como houve, e ainda há, quem creia que o socialismo ou o liberalismo serão a redenção da pátria, outros há, mais prosaicos, que acreditam que a regionalização será a tábua de salvação de um país pouco ou nada viável.
Por isso, os partidários da "regionalização" ainda mexem. Valha a verdade, porém, que aquilo que move os regionalistas é por demais óbvio. Não passa do desejo de tratar da sua vidinha. É que como isto anda, os "jobs" não chegam para todos aqueles que têm legítimas ambições e não são, com a actual ordem das coisas, devidamente reconhecidos e recompensados.

Intocável


20.8.08

Cego e surdo... mas fala!

Leonel Carvalho, do “gabinete coordenador de segurança”, e igualmente uma anedota política, afirmou à TSF que crimes como o assalto à carrinha de transporte de “valores” esta madrugada na A2 “são frequentes em algumas partes da Europa”. Além de não termos nada que ver com isso, uma vez que o português médio não é nem quer ser especialista em criminalidade, e de ser evidente que o banditismo em Portugal vai provocando cada vez mais insegurança e medo, pode-se ainda concluir que o citado Leonel de Carvalho, que não mantém qualquer contacto com a realidade, é surdo e cego. Naturalmente, e infelizmente, não é mudo…
É verdade que a hipótese posta anteriormente poderá não se confirmar caso Leonel de Carvalho não passe de um serventuário do Governo incumbido de enganar os concidadãos que lhe pagam o salário.

Cavaco Silva para além do "Regime Jurídico do Divórcio"

O veto político posto pelo presidente Cavaco Silva ao novo "regime jurídico do divórcio" significa, pelo menos, duas coisas: que o presidente da República exercerá o seu mandato de acordo com os valores éticos e morais que deram forma à sua campanha presidencial e à sua carreira política; que o presidente da República exerce livremente o seu magistério, sem os constrangimentos próprios daqueles que, tendo-o precedido no cargo, atravessaram os respectivos primeiros mandatos obcecados e tolhidos pela farsa política chamada reeleição.

Drama só é drama se...

Cerca de 150 pessoas terão morrido hoje na sequência de um acidente aéreo ocorrido ao início da tarde junto do Aeroporto de Barajas-Madrid. Trata-se de um drama humano de grandes dimensões e de um acontecimento que merece um tratamento jornalístico cuidado e profissional. Porém, na SIC-Notícias, um pivô perguntava ao correspondente daquela estação em Madrid se haveria passageiros portugueses no voo fatal da Spanair, quando nada indicava que tal pudesse acontecer e não havia dados disponíveis que permitissem facultar aquele tipo de informação. Boçal e paroquial é, infelizmente, também em circunstâncias como esta o jornalismo português, como se um drama humano só o fosse verdadeiramente no caso de envolver protagonistas com passaporte luso.

19.8.08

Manuela Ferreira Leite e o "Pontal"

Quanto mais se fala da, para muito poucos, imperdoável e lamentável ausência de Manuela Ferreira Leite da “Festa do Pontal”, mais evidente se torna que a presidente do PSD fez muito bem em lá não ter posto os pés. Como demonstram, e muito bem, a razão, os factos e estes três posts.

Talvez a melhor "dupla musical" de todos os tempos...

Luís Amado, Portugal e a Geórgia



É uma tristeza ouvir o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, tão cauteloso na apreciação que faz da crise - que virou guerra - entre a Geórgia e a Rússia. Note-se, aliás, que o faz não em nome da "estabilização do sistema internacional", como pretende Paulo Gorjão, mas em nome dos negócios portugueses com a Rússia, potência economicamente emergente que tem vivido razoavelmente à margem da crise económica e financeira internacional. Mas fazem mal o ministro dos Negócios Estrangeiros e, eventualmente, o primeiro-ministro, em seguirem esta linha de pensamento e acção tão "realista" como desprovida de princípios. Isto porque no "sistema internacional", com OTAN ou sem OTAN, Portugal, como pequeno país, está perto da Geórgia e não da Rússia, e arrisca-se um dia a sentir na pele as angústias da Geórgia e não as da Rússia. É que desde 1975, Portugal deixou de facto de ser uma potência colonial. E nunca como nos últimos 33 anos necessitou e necessita de uma ordem internacional assente em princípios e não na força.

7.8.08

Férias


Amanhã vou de férias para o lugar da Esfarrapada, paróquia de Anceu, concelho de Ponte Caldelas. Regresso lá para 18 de Agosto. Entretanto, espero, nada se escreverá neste blogue.

Anti-Pontal

Manuela Ferreira Leite, a meu ver bem, não vai à festa do Pontal. Um acontecimento deprimente e vergonhoso que só desqualifica os políticos e a política aos olhos dos portugueses, sejam ou não sejam eles do "PSD". Até por isso, se percebe bem o tom ácido das críticas feitas por Ângelo Correia à líder do seu partido por não querer estar presente em cima de um palanque ridículo de onde normalmente se debitam enormes irrelevâncias. Mais um ou dois anos sem líder do PSD no Pontal lá para meados de Agosto e pode ser que nos esqueçamos em definitivo daquilo que há muito de tornou um anti-evento político.

Pergunta Óbvia (2)

Há uma cruzada no Diário de Notícias contra a Presidência da República e contra Cavaco Silva?

6.8.08

"O Chato e o Bébé" ("Contemporâneos")

Descubra as Diferenças

Segundo o Público de hoje, que para o efeito ouviu Mota Amaral, em Setembro de 1986, e quando era presidente da República, Mário Soares vetou o então novo “estatuto político-administrativo” dos Açores aprovado por unanimidade na Assembleia da República. O dito documento foi vetado politicamente por Soares, depois deste de ter recebido e ouvido em Belém chefes militares que manifestaram a sua preocupação para com um importante e perigoso detalhe que constava do dito documento: o “tratamento equivalente entre a bandeira dos Açores e a bandeira nacional.” Como se não bastasse, o seu veto político foi feito em directo na RTP com uma declaração ao país, tendo o “hino nacional” marcado “o início e o fecho da intervenção presidencial.”
Em resumo, pode-se concluir que a diferença entre aquilo que fez Cavaco, no fim do mês passado, e aquilo fez Soares, há quase 19 anos, está na época do ano. Setembro, ao contrário de Julho, presta-se indiscutivelmente a que os chefes de Estado façam “comunicações ao país”.

5.8.08

Ódios de Estimação


Mário Soares, alinhavando uns argumentos absurdos, dedica hoje um artigo de "opinião" no Diário de Notícias aos seus dois ódios de estimação: Cavaco Silva e George W. Bush. Esperemos que desta forma o ex. presidente vá para férias, ou fique de férias, mais aliviado.

3.8.08

A Queda

«No dia 3 de Agosto de 1968, Salazar encontrava-se no Forte do Estoril e ali esperava permanecer até aos primeiros dias de Outono. Naquela data, um Sábado, recebeu às nove da manhã o seu pedicuro Augusto Hilário. A paixão de Salazar pela leitura de jornais e o facto de Augusto Hilário trazer consigo o Diário de Notícias seriam fatais. Salazar pede o jornal e distraído pela leitura em que imediatamente se embrenha tenta, atirando o corpo para trás, sentar-se numa das cadeiras de lona que se encontrava no terraço do Forte. Se durante décadas foi versão corrente que ao sentar-se, sob o peso do seu corpo e do impulso levado por este, a cadeira se teria partido e Salazar caído, batendo de seguida violentamente com a nuca no solo, Fernando Dacosta sustentou recentemente que o presidente do Conselho se terá deixado cair para trás, falhando a cadeira e produzindo o acidente que se revelaria fatal. Apesar de instado pela sua governanta, Salazar não aceitou ver um médico. Pede ainda que o incidente não seja revelado. Só a 6 é observado pelo Dr. Eduardo Coelho e nada foi diagnosticado. Nesse dia e nos seguintes a rotina mantém-se. Encontra-se com Américo Thomaz e continua a discutir os detalhes da remodelação governamental que se consumou a 19 de Agosto.
Só no dia 6 de Setembro o estado clínico de Salazar é reavaliado pelo neurocirurgião António de Vasconcelos Marques. Após uma primeira observação no Estoril – na sequência de um agravamento do estado de saúde de Salazar ocorrido dias antes –, suspeita-se de um “hematoma intracraniano” ou de uma “trombose cerebral” e existe forte possibilidade do doente entrar em coma a qualquer momento. Feitos exames nos hospitais dos Capuchos e de S. José, não há lugar a um diagnóstico conclusivo. Salazar segue depois para o Hospital da Cruz Vermelha em Benfica onde fica internado.
Entretanto, vários notáveis do regime são informados do sucedido e dirigem-se ao Hospital inquietos com o estado de saúde de Salazar e suas implicações políticas. Os médicos sugerem uma intervenção cirúrgica que será decidida por Bissaia Barreto (médico e amigo pessoal do doente) e Eduardo Coelho. Na cirurgia é diagnosticado um “hematoma intracraniano subdural crónico.” Feita aquela, Eduardo Coelho terá afirmado que estava o “problema resolvido”. Não estava.»

"Caixa" de um artigo sobre a "Queda" do presidente do Conselho. A publicar, um destes dias, nos Anos de Salazar distribuídos pelo Correio da Manhã e pela Sábado.

1.8.08

Violência de Quê?

Uma rapariga espanca outra que acaba por ser deixada sem sentidos num pequeno parque de uma vilória situada nos arredores de Madrid. Uma terceira filma a cena no telemóvel. Outras riem e aplaudem o feito. Em Espanha não se fala de outra coisa, mas parece que, afinal, o "crime" não teve quaisquer contornos racistas, apesar da vítima ser equatoriana, facto que deixa uns aliviados e outros sem bodes expiatórios politicamente correctos. De qualquer modo, a culpa pelo sucedido é, com toda a certeza, da sociedade e o futuro é das mulheres.

Caruso: Avé Maria de Gounod