31.10.07

Sentença

O veredicto do tribunal de Madrid sobre os atentados de 11-M deixou Zapatero esfusiante mas um cidadão anónimo como eu absolutamente estupefacto. E por um conjunto muito simples de razões. O veredicto é "ouro sobre azul" para a política interna e externa espanhola, e não apenas por que rejeita a velha teoria de que a ETA teria tido alguma coisa que ver com os atentados. O facto do "egípcio" ter sido considerado inocente, de apenas três "arguidos" terem sido condenados a pena máxima e de uma boa parte ter saído em liberdade significam uma de duas coisas. Ou a investigação foi mal conduzida e/ou as acusações mal pronunciadas, ou então o tribunal não foi independente e redigiu uma sentença light que apazigua a opinião pública "árabe" em Espanha e no exterior evitando incómodos e dificuldades mais ou menos sérias ao governo socialista.
Certo é que a sentença não foi um ponto final no caso – provavelmente nunca poria – e suscita muitas perguntas e uma desconfiança clara, reforçando a ideia de que também em Espanha o poder judicial não é independente do poder político.

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