Começou bem o programa de Joaquim Furtado na RTP sobre os 13 anos da guerra colonial que portugueses e africanos, nos dois lados da barricada, combateram em África entre 1961 e 1974. Na economia do 1.º episódio pareceram-me particularmente importantes dois acontecimentos, tendo sido um deles revelado por Holden Roberto, líder da UPA e, depois, da FNLA. Um e outro acontecimento valem por porem seriamente em causa as leituras lineares e simplistas que existem sobre o conflito e da política colonial portuguesa nos últimos anos da história do Estado Novo.
Senão vejamos. Holden Roberto confessou que não só os massacres iniciados em Março de 1961 foram planeados durante nove meses e executados de acordo com o planeado, como nunca teriam acontecido caso não tivessem sido fomentados por países terceiros, a começar pela Tunísia. Entre outras revelações interessantes, e algumas delas desconhecidas para mim, Holden Roberto confessou que foram tropas tunisinas, pertencentes ao contingente da ONU estacionado no antigo Congo Belga, a entregar armamento à UPA. Este armamento seria usado para massacrar homens, mulheres e crianças, brancas, pretas e mestiças na metade norte do território angolano e, ainda, para alimentar uma guerra de guerrilha durante vários anos. É claro que muitas outras armas iriam os homens da UPA/FNLA receber com o arrastar do conflito e das mais variadas proveniências. No entanto, o primeiro passo tinha sido dado.
Em segundo lugar, o documentário mostrou-nos claramente que o colonialismo de Salazar e do regime era, em 1961, pouco mais do que retórico. Mas mostrou-nos, acima de tudo, que a determinação de ficar na sequência dos massacres não foi uma imposição feita por um regime e por um governo a um país e ao seu povo. Angola continuou sob soberania portuguesa depois de Março de 1961, e em primeiro lugar, por determinação e vontade dos colonos portugueses que o governo de Salazar, ao contrário dos golpistas fracassados da "abrilada", não quis ou não pôde contrariar nas suas intenções. De facto, não tivesse havido por parte dos colonos uma resposta militar e política aos ataques da UPA, Angola teria caído às mãos de milhares de mãos e mentes criminosas. E era justamente com isto que nem a UPA nem os seus apoios internacionais, que incluíam os EUA, contavam.
Senão vejamos. Holden Roberto confessou que não só os massacres iniciados em Março de 1961 foram planeados durante nove meses e executados de acordo com o planeado, como nunca teriam acontecido caso não tivessem sido fomentados por países terceiros, a começar pela Tunísia. Entre outras revelações interessantes, e algumas delas desconhecidas para mim, Holden Roberto confessou que foram tropas tunisinas, pertencentes ao contingente da ONU estacionado no antigo Congo Belga, a entregar armamento à UPA. Este armamento seria usado para massacrar homens, mulheres e crianças, brancas, pretas e mestiças na metade norte do território angolano e, ainda, para alimentar uma guerra de guerrilha durante vários anos. É claro que muitas outras armas iriam os homens da UPA/FNLA receber com o arrastar do conflito e das mais variadas proveniências. No entanto, o primeiro passo tinha sido dado.
Em segundo lugar, o documentário mostrou-nos claramente que o colonialismo de Salazar e do regime era, em 1961, pouco mais do que retórico. Mas mostrou-nos, acima de tudo, que a determinação de ficar na sequência dos massacres não foi uma imposição feita por um regime e por um governo a um país e ao seu povo. Angola continuou sob soberania portuguesa depois de Março de 1961, e em primeiro lugar, por determinação e vontade dos colonos portugueses que o governo de Salazar, ao contrário dos golpistas fracassados da "abrilada", não quis ou não pôde contrariar nas suas intenções. De facto, não tivesse havido por parte dos colonos uma resposta militar e política aos ataques da UPA, Angola teria caído às mãos de milhares de mãos e mentes criminosas. E era justamente com isto que nem a UPA nem os seus apoios internacionais, que incluíam os EUA, contavam.
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