O veredicto do tribunal de Madrid sobre os atentados de 11-M deixou Zapatero esfusiante mas um cidadão anónimo como eu absolutamente estupefacto. E por um conjunto muito simples de razões. O veredicto é "ouro sobre azul" para a política interna e externa espanhola, e não apenas por que rejeita a velha teoria de que a ETA teria tido alguma coisa que ver com os atentados. O facto do "egípcio" ter sido considerado inocente, de apenas três "arguidos" terem sido condenados a pena máxima e de uma boa parte ter saído em liberdade significam uma de duas coisas. Ou a investigação foi mal conduzida e/ou as acusações mal pronunciadas, ou então o tribunal não foi independente e redigiu uma sentença light que apazigua a opinião pública "árabe" em Espanha e no exterior evitando incómodos e dificuldades mais ou menos sérias ao governo socialista.
Certo é que a sentença não foi um ponto final no caso – provavelmente nunca poria – e suscita muitas perguntas e uma desconfiança clara, reforçando a ideia de que também em Espanha o poder judicial não é independente do poder político.
31.10.07
Sentença
30.10.07
O Livro
26.10.07
Joaquim Chissano tem uma biografia política.

Conviria no entanto recordar - embora não aos outorgantes do prémio que sabem bem aquilo que andam a fazer -, que Chissano tem uma longa biografia política que o faz cúmplice e fautor de governos e de uma governação da FRELIMO que liquidou voluntariamente, em nome do "marxismo", da "revolução" e do "socialismo" (é verdade que podia ter sido em nome de outra coisa qualquer), a vida de muitas centenas de milhar de moçambicanos. É certo que hoje em dia estes pormenores da história não interessam nada. Mas ainda assim eu gostava, ao menos, que acontecessem duas coisas. Em primeiro lugar, que Chissano explicasse qual foi o seu papel na política genocida que a FRELIMO levou acabo em Moçambique em boa parte das décadas de 1970 e 1980. Em segundo lugar, que pedisse desculpas aos moçambicanos e ao mundo pelos crimes cometidos por governos moçambicanos de que fez parte ou a que presidiu. Depois que lhe dêem lá o prémio, não sendo má ideia que Chissano distribua os milhões de Euros que vai receber por instituições que em Moçambique poderão andar a tentar tratar das vítimas moçambicanas daquela que foi, a todos os títulos, uma independência exemplar.
24.10.07
Duas Notas

A primeira, para sublinhar que o fracasso da "abrilada" conduzida por Botelho Moniz e Costa Gomes foi uma bênção para Portugal, apesar de ter tornado inevitável a guerra colonial (ou, sobretudo, por ter tornado inevitável a guerra colonial). Instigada pela Administração Kennedy e contrariada pela vontade de Salazar, Américo Tomás, Kaulza de Arriaga e Adriano Moreira, o triunfo dos "ultras" sobre os "reformadores" do regime, evitou a "latino-americanização" do país. De facto, Kennedy e os seus "rapazes" pensavam que podiam determinar a vida política portuguesa em 1961 (através de um golpe militar e, um mês antes, com o apoio dado ao terror da UPA no norte de Angola), do mesmo modo que outras administrações norte-americanas se tinham habituado a influenciar os destinos de boa parte dos países latino-americanos desde o século XIX. Irónico é o facto de Kennedy ter fracassado em Lisboa em Abril de 1961 e em Angola um mês antes, da mesma forma que, com a CIA e os famosos exilados cubanos, fracassou na Baía dos Porcos na terceira semana de Abril de 1961.
Uma segunda nota para o facto de um terrorista da UPA, entrevistado por Joaquim Furtado, condenar, iniciada já a guerra em Angola, o bombardeamento indiscriminado, pela Força Aérea Portuguesa, do "mato" angolano, e do qual decorria a morte de muitas mulheres e crianças que no "mato" naturalmente viviam. Ora este terrorista era exactamente a mesma personagem que, no episódio anterior, achava absolutamente legítimo que a UPA tivesse assassinado a sangue frio, olhos nos olhos, na sua ofensiva de Março no Norte de Angola, milhares de mulheres de velhos, mulheres e crianças brancas, mestiças e pretas. Palavras para quê?
Etiquetas:
A Guerra; Abrilada; UPA.
19.10.07
Para que serve um atentado?

Jornalismo militante que é "jornalismo de sarjeta"
Hoje acordei com a notícia na RTP 1 e com António Esteves Martins fazendo, nos detalhes, nas pequenas histórias, propaganda descarada ao tratado, ao nosso Governo, ao seu líder, à Comissão Europeia e a José Manuel Barroso. Fiquei sem saber, valha a verdade, se o "jornalista" informa ou dá opinião e, sobretudo, se trabalha para um órgão de informação público ou para o Governo português e para a Comissão Europeia (desconfio, no entanto, que é tudo a mesma coisa). Ou claro, se apenas ignora as regras básicas que, supunha, e suponho, regulam a sua profissão.
Já agora, e para terminar, fico à espera que me expliquem no que é que o novo tratado de Lisboa contribuirá para melhorar a minha vida e a dos meus e que me deixem aprovar ou rejeitar em referendo o muito importante documento.
O detalhe do tratado "rectificado" de Lisboa

18.10.07
Um deserto ao virar da esquina

Não parecendo nem sendo excessivos os riscos de inflação na zona Euro - e até mesmo que o fossem - certo é que a moeda europeia não pode continuar como está, valorizando-se cada dia um pouco mais nos mercados internacionais, sobretudo face ao dólar. Ou o BCE desce as taxas de juro, acompanhando a estratégia da Reserva Federal norte-americana, e a moeda europeia reduz o ritmo da sua valorização nos mercados internacionais, ao mesmo tempo que o investimento e o crescimento económico recuperarão, ou dentro de três ou quatro anos tudo quanto é indústria - em sentido lato - na Europa poderá não passar de uma recordação.
Esperemos, portanto, que o BCE seja realista e pragmático, e meta na gaveta a sua ortodoxia monetária tão impregnada de ideologia. É que certamente, e mesmo que forma indirecta, o BCE deverá continuar a gerir uma economia e não um deserto.
Onde fica Cañada Real?

Segundo testemunhos a cena mais parecia uma “infitada” – o que pude comprovar ao ver as imagens do acontecido na TVE Internacional. E era uma “infitada” pela simples razão de que não só se tratava de uma reacção orquestrada por cidadãos marroquinos imigrados em Espanha, mas por os súbditos de Mohamed VI não terem hesitado em usar armas brancas, bilhas de gás, pedregulhos, tijolos, armas de fogo ou telhas num confronto com a polícia que preparam ao mínimo pormenor. Mas era ainda uma “infitada” pelo facto de, para impressionarem e conquistarem a opinião pública espanhola (e internacional?), usarem indiscriminadamente bebés, crianças, idosos e mulheres grávidas como escudos contra uma acção policial legal e legítima.
De tudo isto, e por agora, só retiro duas conclusões:
Que nos habituemos a este tipo de atitudes que não são mais do que uma tentativa para impor aos madrilenos (autoridades e cidadãos), de forma ilegal, violente e ilegítima, os seus hábitos de vida.
Que as autoridades espanholas, ou quaisquer outras por esta Europa, que se confrontem com situações com esta gravidade, não hesitem em aplicar a lei até às últimas consequências ou até em modificá-la, caso seja necessário. Devem fazê-lo ao ponto de permitir, acelerar e facilitar a expulsão de gente que não sabe ou, sobretudo, não quer comportar-se segundo normas e princípios sufragados em democracia e em liberdade.
17.10.07
Os Despojos da Aliança

Sexta-feira, às seis da tarde, na casa Fernando Pessoa em Campo de Ourique, vai ser lançado o livro de Pedro Aires de Oliveira intitulado Os Despojos da Aliança. O livro será apresentado por José Medeiros Ferreira. Apareçam porque o autor e livro merecem e a editora também.
Guerra Colonial

Senão vejamos. Holden Roberto confessou que não só os massacres iniciados em Março de 1961 foram planeados durante nove meses e executados de acordo com o planeado, como nunca teriam acontecido caso não tivessem sido fomentados por países terceiros, a começar pela Tunísia. Entre outras revelações interessantes, e algumas delas desconhecidas para mim, Holden Roberto confessou que foram tropas tunisinas, pertencentes ao contingente da ONU estacionado no antigo Congo Belga, a entregar armamento à UPA. Este armamento seria usado para massacrar homens, mulheres e crianças, brancas, pretas e mestiças na metade norte do território angolano e, ainda, para alimentar uma guerra de guerrilha durante vários anos. É claro que muitas outras armas iriam os homens da UPA/FNLA receber com o arrastar do conflito e das mais variadas proveniências. No entanto, o primeiro passo tinha sido dado.
Em segundo lugar, o documentário mostrou-nos claramente que o colonialismo de Salazar e do regime era, em 1961, pouco mais do que retórico. Mas mostrou-nos, acima de tudo, que a determinação de ficar na sequência dos massacres não foi uma imposição feita por um regime e por um governo a um país e ao seu povo. Angola continuou sob soberania portuguesa depois de Março de 1961, e em primeiro lugar, por determinação e vontade dos colonos portugueses que o governo de Salazar, ao contrário dos golpistas fracassados da "abrilada", não quis ou não pôde contrariar nas suas intenções. De facto, não tivesse havido por parte dos colonos uma resposta militar e política aos ataques da UPA, Angola teria caído às mãos de milhares de mãos e mentes criminosas. E era justamente com isto que nem a UPA nem os seus apoios internacionais, que incluíam os EUA, contavam.
16.10.07
14.10.07
O que fazer com a presidência?
Foto: expresso.clix.pt
Se há coisa que se pode perceber deste XXX Congresso de PSD é que o líder recentemente eleito não tem nem autoridade, nem estratégia, nem argumentos tácticos. Ou seja, ainda agora ganhou a presidência do partido e não sabe o que fazer com ela. É claro que "isto" também demonstra quão frágil foi, politicamente, a sua vitória.
Etiquetas:
XXX Congresso PSD; Luís Filipe Menezes.
11.10.07
O Déficit

O déficit das contas públicas, anunciou hoje José Sócrates, poderá ficar pelos 3% do PIB, ou até uma décima ou duas abaixo. Tirando os do costume, para já ninguém parece rejubilar. Nem mesmo no Governo. Vejam-se os rostos fechados de alguns ministros depois de dada e comentada a boa nova. Leiam-se ou ouçam-se as palavras de Cavaco Silva. Se temos boas notícias e ninguém se sente feliz ou aliviado com elas é porque alguma coisa corre mal. O que será?
Apagar a História

Essa parte da sociedade espanhola quer, e pensa que pode, ganhar a guerra civil 60 ou 70 anos depois. Pretende fazê-lo de várias formas. Mas também apagando da vida pública espanhola aquilo que resta de cerca de 40 anos da história de Espanha no século XX, por mais sombrios que os possamos considerar. Aliás, não foram apenas sombrios esses 40 anos de franquismo, porque todas as ditaduras sempre tiveram, e ainda têm, zonas de luz e de sombra.
Essa parte da sociedade espanhola pretende um ajuste de contas com os vencedores e, sobretudo, retomar a história de Espanha em Julho de 1936, o que, aliás, nunca será mais do que um regresso ao ambiente de violência feroz que conduziu ao pronunciamento militar fracassado daquela data e subsequente guerra civil. Como se pode constatar facilmente esta atitude é mesquinha e, sobretudo, muito grave, porque está a reintroduzir em quase todos os quadrantes políticos um radicalismo de palavras e uma violência de gestos que não auguram nada de bom. Ou seja, e basicamente, está-se a destruir o consenso em torno da “transição pactuada” que conduziu à Espanha que conhecemos até ao dia em que Zapatero e o PSOE ganharam as eleições legislativas, mas que já germinava nos quatro anos que durou o último governo de José Maria Aznar.
Sendo a Espanha o único Estado com o qual temos fronteira terrestre desde que o nosso império colonial se foi, devemos estar atentos e preocupados com aquilo que se passa aqui ao lado, para além do terrorismo da ETA e do triste fenómeno dos nacionalismos, seguros porém de que o futuro nada trará de bom, arriscando-se a Espanha a regressar à instabilidade política e social endémica que conheceu desde o início do século XIX até ao momento em que se aprovou a Constituição que (ainda) vigora. Àqueles que pensam que a prosperidade económica evitará o pior, apenas me ocorre dizer-lhes que não conhecem nada da história de Espanha nem da história da Europa.
Como seria de esperar, há em Portugal quem aprecie uma lei perversa publicada recentemente em Espanha, uma lei dita da "memória histórica", e que se caracteriza, entre muitos outros aspectos, alguns deles louváveis, por impor que sejam retirados dos espaços públicos praticamente tudo aquilo que evoque os tempos do franquismo, como se este nunca tivesse existido e não tivesse, por exemplo, merecido o apoio empenhado e convicto de milhões de espanhóis. No fundo, aquilo que se aplaude no apagar uma certa memória histórica do franquismo é, nada mais nada menos, do que a utilização dos velhos mas conhecidos métodos estalinistas de subtracção à história daqueles que foram seus protagonistas e, mais ainda, num dado momento, os vencedores da história. Por isso, quando em Espanha se prepara a retirada do espaço público de toda a iconografia que possa ainda recordar ou evocar o franquismo, está-se a proceder da mesma forma que Estaline e os seus lacaios procederam ao ter subtraído sucessivamente da história da Revolução Bolchevique e dos primeiros anos da União Soviética os Trotskis, os Zinovievs, os Kamenevs ou os Bukarines. Trata-se, portanto, de uma imbecilidade, de um crime e de um absurdo que não se limita a envergonhar a democracia. Está a corrompê-la e a destruí-la. Mas enfim, e valha a verdade, é bom recordar que muitos daqueles que lutaram contra o franquismo e por isso morreram, durante e depois da guerra civil, odiavam-na tanto ou mais a democracia do que os seus verdugos. O mesmo pode ser dito em relação a muitos daqueles que aplaudem esta lei ou até a consideram excessivamente moderada. E isso é muito preocupante.
História e Petição

A revista História, com a qual, diga-se, colaboro pontualmente com gosto e orgulho, vai fechar. A não ser com o recurso a uma modesta mas bem montada ofensiva de venda do produto junto de instituições privadas que vejam com bons olhos associarem o seu nome e o seu dinheiro a uma revista que, penso, não envergonha ninguém, a História passará à história. Não será nenhum drama. Mas será uma pena, sobretudo se, rapidamente, não vier uma outra, com tanta ou mais qualidade, ocupar o seu lugar. Entretanto, apelo a que se assine esta petição on-line. Eu fi-lo. Há sempre uma primeira vez para assinar uma petição. Sobretudo quando é tão prosaica.
Etiquetas:
A revista História vai fechar; Petição.
Comemorar a República
Excelente o texto de Rui Ramos no Público, e entretanto reproduzido no blogue Atlântico, acerca da loucura que será, se é que já não é, pretender comemorar bovinamente (a expressão é minha) o 5 de Outubro de 1910. Suspeito, porém, que este não será o seu derradeiro texto sobre o tema. Assim o augura o modo como se continuam a preparar as comemorações oficias do 1.º centenário da implantação da República.
Doris Lessing
Foto: www.telegraph.co.uk
Doris Lessing foi hoje “galardoada” com o prémio Nobel da Literatura. Conheço pouco daquilo que escreveu e apenas em traduções portuguesas que não me desiludiram. Do que li está lá, justamente, um olhar crítico, mas também analítico, sobre o mundo que nos rodeia e aquilo que desafortunadamente somos ou podemos ser em qualquer tempo ou lugar. Aprecio o seu pessimismo esclarecido e invejo, no bom sentido, a vida tranquila, banal e recolhida que tem levado nas últimas décadas mas que, no entanto, não a impede de se pronunciar sobre o estranho mundo em que vivemos - ou melhor, em que sempre vivemos.
Dando uma vista de olhos pela imprensa on-line depois de ter sido conhecido a quem fora atribuído o Nobel da Literatura deste ano, deparei-me com uma entrevista dada por Lessing ao El Mundo e na qual produziu estas duas belas e curtas respostas a um par de perguntas que muitas vezes se fazem aos mais velhos e às mulheres preocupadas com estado da chamada "condição feminina".
"Pregunta.- El próximo mes cumplirá 87 años. Supongo que, de vez en cuando, echa la vista atrás... ¿Qué ve entonces?
Respuesta.- Todo aquello tan espantoso que había cuando era joven ha desaparecido. Todo eso que parecía permanente: Hitler, Mussolini, la Unión Soviética, el Imperio Británico, todos los países europeos que eran imperio, el racismo en Estados Unidos, Franco... Se han ido...
[…]
P.- ¿Cuál es el papel de la mujer a estas alturas?
R.- El rol de la mujer ahora y siempre será el de tener hijos.
P.- Algo cambiará alguna vez... R.- Tenemos que seguir teniendo hijos, ¿no? ¿Y cómo vamos a cambiar eso?"
Dando uma vista de olhos pela imprensa on-line depois de ter sido conhecido a quem fora atribuído o Nobel da Literatura deste ano, deparei-me com uma entrevista dada por Lessing ao El Mundo e na qual produziu estas duas belas e curtas respostas a um par de perguntas que muitas vezes se fazem aos mais velhos e às mulheres preocupadas com estado da chamada "condição feminina".
"Pregunta.- El próximo mes cumplirá 87 años. Supongo que, de vez en cuando, echa la vista atrás... ¿Qué ve entonces?
Respuesta.- Todo aquello tan espantoso que había cuando era joven ha desaparecido. Todo eso que parecía permanente: Hitler, Mussolini, la Unión Soviética, el Imperio Británico, todos los países europeos que eran imperio, el racismo en Estados Unidos, Franco... Se han ido...
[…]
P.- ¿Cuál es el papel de la mujer a estas alturas?
R.- El rol de la mujer ahora y siempre será el de tener hijos.
P.- Algo cambiará alguna vez... R.- Tenemos que seguir teniendo hijos, ¿no? ¿Y cómo vamos a cambiar eso?"
9.10.07
O Insulto

8.10.07
Combate à Corrupção
5.10.07
Não passamos disto.

Ao anunciar ontem a intenção de construir dez barragens, o Governo Sócrates revelou pela enésima vez a sua vertigem propagandistica. E andamos nisto, não passamos disto.
4.10.07
Joaquin Sabina: "19 dias y 500 noches"
A primeira de uma triologia. Por nenhuma razão em especial. Hoje sinto-me mais espanhol. Não há coisa mais portuguesa?
Causa de Morte: Homícidio ou Suicídio?

“O presidente do grupo [Alberto Martins] disse que o fenómeno [da corrupção] existia, mas que Portugal não estava numa situação particularmente gravosa. Pelo contrário, nas comparações internacionais estava muito bem. Fiquei [João Cravinho] de boca aberta”.
Ou ainda: “Foi dos maiores choques da minha vida ver que aquela matéria causava um profundo mal-estar, era como um corpo estranho no corpo ético do PS. Apesar de algumas dificuldades que antevia, não contava com uma atitude de absoluta incompreensão para a natureza real do fenómeno da corrupção."
Estamos, definitivamente, conversados. Ver-se-á depois aquilo que virá escrito na certidão de óbito do regime.
Etiquetas:
Fim de Regime; Corrupção.
1.10.07
Aniversário

No entanto, e como há sempre uma primeira vez, a propósito do 90.º aniversário da Revolução Bolchevique (é já a 7 de Novembro), aconselharia aqueles que me lêem e que confiam na minha opinião e em algum conhecimento que tenho sobre a história da revolução bolchevique – ou bolchevista como penso ser mais correcto dizer em português de Portugal –, que se atrevam a ler os dois volumes escritos por Richard Pipes sobre a dita, suas origens próximas, a etapa inicial da história do comunismo na Rússia (ou seja, até morte de Lénine) e o advento do fascismo na Europa. É justamente do segundo volume desta história que apresento uma das suas várias capas ali à vossa (nossa) esquerda. Para aqueles que tenham menos tempo e, mesmo assim, queiram conhecer as grandes teses historiográficas em torno do advento do comunismo na Rússia, é sempre possível ler ou este ensaio sobre as três revoluções russas (Fevereiro e Outubro de 1917 e a revolução estalinista) ou uma edição abreviada dos dois volumes previamente citados.
Se, no entanto, mais do que uma obra escrita por um historiador, aqueles que me lêem preferem degustar um excelente pedaço de prosa sobre a dita revolução, nada como ler Leon Trotsky e a sua História da Revolução Russa. Além de boas edições em língua inglesa, penso existirem também traduções francesas e espanholas. Haverá alguma brasileira?
Já agora, e como devem ter percebido, os vídeos à direita são sobre a revolução bolchevista. Excertos de obras cinematográficas de propaganda que, talvez por isso mesmo, sempre me pareceram excelentes. Ou não tivesse eu chegado ao audiovisual através da publicidade televisiva. Sim, porque há trinta e tal anos, eram os reclames que me deliciavam na TV a preto e branco, com um só canal, ainda por cima público.
Se, no entanto, mais do que uma obra escrita por um historiador, aqueles que me lêem preferem degustar um excelente pedaço de prosa sobre a dita revolução, nada como ler Leon Trotsky e a sua História da Revolução Russa. Além de boas edições em língua inglesa, penso existirem também traduções francesas e espanholas. Haverá alguma brasileira?
Já agora, e como devem ter percebido, os vídeos à direita são sobre a revolução bolchevista. Excertos de obras cinematográficas de propaganda que, talvez por isso mesmo, sempre me pareceram excelentes. Ou não tivesse eu chegado ao audiovisual através da publicidade televisiva. Sim, porque há trinta e tal anos, eram os reclames que me deliciavam na TV a preto e branco, com um só canal, ainda por cima público.
Etiquetas:
Revolução Bolchevista; 90.º Aniversário.
Cabeças simples

No Arrastão leio: "A defesa da laicidade do Estado é a defesa da democracia." Lembrei-me logo a seguir que o Reino Unido é e sempre foi uma cruel ditadura. E que a Cuba de Fidel é, e sempre foi, um grande paraíso democrático. Sempre a ler os outros, sempre a aprender.
Foto: www.bbc.co.uk
Subscrever:
Mensagens (Atom)