7.6.07

Quanto vale uma intenção?

Numa entrevista à “Cuatro”, estação de televisão propriedade do grupo Sogecable/Prisa, Zapatero falou pela primeira vez sobre algumas das consequências provocadas pela ruptura da trégua entretanto tornada pública pela ETA. Na dita entrevista, e segundo o El Mundo, o chefe do governo espanhol pede, ao fim ao cabo, que os espanhóis julguem a sua política por aquilo que seriam as suas altíssimas intenções (Zapatero “ha insistido en que su derecho y su deber como jefe de Estado era intentar poner fin a la violencia.”). Pode ser que tenha sorte. Mas seria extraordinário que os políticos, e não só, passassem a ser sufragados pelos seus concidadãos em função daquilo que gostariam de ter feito e não fizeram ou fizeram mal, do que pelos resultados daquilo que efectivamente foi feito ou foi prometido mas jamais cumprido.
Mais à frente, Zapatero garantiu que não pode ser minimamente responsabilizado pelo fracasso do processo, reconheceu ter havido encontros directos e indirectos entre gente do governo e terroristas, escusou-se a levantar o véu sob os termos em que a questão do estatuto de Navarra terá sido discutido com os terroristas e no seio do Governo, e por aí fora. Em resumo diria que temos homem. E que homem!
P.S.: Ao dar uma entrevista à "Cuatro", Zapatero não se explicou apenas aos espanhóis. Apresentou-se ao escrutínio de uma parte importante do PSOE que sempre o viu com desconfiança, em particular a sua iluminadíssima política antiterrorista.

3 comentários:

João Miguel Almeida disse...

Os meus votos de felicidade pessoal e de sucesso para o novo blogue.

Luís Aguiar Santos disse...

Caro Fernando, serei leitor dedicado, mas continuo a lamentar esta mudança... Abraço.

Anónimo disse...

La prensa declara vencedora a ETA

http://www.guerraeterna.com/archives/2007/06/la_prensa_decla.html