Por deformação profissional leio muito os jornais portugueses do tempo da Ditadura Militar e do Estado Novo. Pelas mesmas razões, também conheço razoavelmente a televisão "fascista" portuguesa. Quando vejo a cobertura que os media lusos se estão a preparar para fazer desta terceira presidência portuguesa da União Europeia não vejo, em geral, outra coisa que não seja a mesma submissão voluntária ao poder, o patriotismo bacoco, a devoção e a evocação do "pensamento" único (na linha daquilo que acontece quanto a selecção portuguesa joga à bola em qualquer fase final). É por estas e por outras que não duvido terem os portugueses, e especialmente grande parte das suas elites, uma paixão secreta pelos governos fortes, os líderes iluminados e um horror à discussão séria em torno das coisas que realmente interessam. E a verdade é que tanto a "Europa" como a presidência portuguesa interessam e muito.
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