É demagógica, perigosa e leviana a ideia peregrina, por parte do nosso governo, em isentar de taxa moderadora a prática de aborto nos hospitais públicos. É demagógica porque pressupõe que o aborto é apenas uma questão social – da ideológica não falo agora –, e que por isso afectará, sobretudo, mulheres de estratos sociais baixos ou muito baixos. É perigosa porque considera o aborto como um acto médico de grande prioridade para o sistema de saúde público e para a sociedade que o sustenta com os seus impostos. É leviana porque transforma quem aborta numa prioridade em termos de saúde pública, mas também do ponto de vista da forma como o estado interpreta a sociedade e política. Visto isto, cabe perguntar o que é que sentirão uma plêiade de cidadãos maiores de 12 anos que recorrem ao sistema de saúde pública por serem portadores de todo o tipo de doenças ou por necessitarem dos variados serviços quando o Estado lhes diz que social, política e ideologicamente, essas doenças e a prestação desses serviços são menos importantes do que a prática de um aborto.
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