18.6.07

Triste Figura

Maria José Nogueira Pinto esteve hoje pela manhã no Rádio Clube Português. Falou antes de Júlio Pereira do "cavaquinho", e tal como este foi tratado com toda a simpatia por parte do jornalista que conduziu a conversa(o inefável João Adelino Faria). Apesar de inúmeras vezes ter batido com a mão no peito dizendo que é de direita e que, muito provavelmente, não há ninguém tão de direita como ela, Maria José Nogueira Pinto passou o tempo todo a elogiar a candidatura desse grande direitista (ou endireita) chamado António Costa. É verdade que não se conhece o programa do candidato, mas mesmo assim Maria José não lhe regateou elogios. Desde logo, pelo simples facto da sua lista ter pouca gente do aparelho socialista de Lisboa, como se isso fosse garantia de alguma coisa e como se o aparelho, caso não venha a ser servido por António Costa depois de eventualmente eleito, não deixe claro que virá a fazer a vida negra ao ex. ministro feito entretanto o autarca dos autarcas.
Pelo meio, elogiou Helena Roseta, Sá Fernandes e Ruben de Carvalho em quem não votará, ao menos no caso dos dois últimos, apenas por razões “ideológicas” – argumento demolidor que nunca usou em relação a António Costa. Quanto ao candidato do CDS, o seu antigo partido, Maria José garantiu ser impossível que o dito possa alguma vez ser, simultaneamente, líder parlamentar e vereador a tempo inteiro na Câmara, chamando assim a atenção, e bem, para o facto dos eleitores daquele partido estarem a escolher o número dois da lista. Quanto a Negrão, e como seria de esperar, Maria José tentou desacreditá-lo como candidato. E porquê? Porque deixou Setúbal para vir concorrer a Lisboa!
Eu gostava de saber porque razão uma mulher que é tida como inteligente e politicamente séria, se mete a dizer estas incongruências, certamente convencida de que quem a ouve é desprovido um grama de inteligência. Recorde-se, por isso, que também ela deixou a meio um mandato para o qual tinha sido eleita por muitos lisboetas, e que o desejado António Costa, pelo qual incondicionalmente se enamorou, também deixou o Governo para ser candidato à CML e já tinha deixado o Parlamento Europeu para poder ser feito ministro. A minha modestíssima explicação para esta atitude por parte da antiga vereadora do CDS em Lisboa é apenas uma. Maria José Nogueira Pinto terá deixado o seu partido e o seu cargo pela simples razão de que esperava, e ela saberá porquê, vir a ser a cabaça de lista do PSD nas actuais eleições intercalares de Lisboa. Como a coisa não correu como pensava ou como poderia até ter sido conversado com gente graúda do PSD, Maria José arranjou com estas declarações maneira de fazer o PSD começar a pagar pela escolha que não fez. Quanto ao futuro que Maria José quer risonho para uma nova direita em Portugal, só me corre dizer que com gente como esta a dita direita está absolutamente conversada.

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