Depois de, antes de um jogo do "Euro" 2004, o primeiro-ministro de então, Durão Barroso, ter sido vítima no Estádio da Luz de uma monumental assobiadela com que os milhares de espectadores portugueses ali presentes não quiseram deixar de brindá-lo, e de Santana Lopes, também primeiro-ministro, ter recebido o mesmo tratamento não sei já onde, também Sócrates recebeu no Sábado, quando se preparava para assistir ao espectáculo das “7 Maravilhas”, os apupos, os assobios e os insultos que indiscutivelmente merece.
Com tanto chefe de Governo vaiado nos últimos três anos aqui na pátria, acabei por me lembrar de um episódio ocorrido no velhinho José de Alvalade já lá vão mais de 33 anos. Nessa altura, quando se ia disputar um Sporting-Benfica, a chegada de Marcello Caetano à tribuna daquele estádio a rebentar pelas costuras foi anunciado aos microfones, alto e a bom som, para que toda a gente ouvisse. Imediatamente, o "povo" levantou-se e aplaudiu de pé o então presidente do Conselho que escapara dias antes ileso ao fracassado golpe militar das "Caldas". É verdade que, no dia 25 de Abril, muita gente vaiou o mesmo Marcello Caetano quando abandonou, a bordo de um chaimite, o quartel do Carmo onde se refugiara ao ter conhecimento do golpe militar ocorrido naquele dia. Também é verdade que estas coisas valem o que valem e que os tempos são, absolutamente, outros. No entanto, convém recordar que entre nós o respeitinho continua a reinar e que, para que não tenhamos ilusões, o Largo Carmo em Lisboa sempre levou muito menos gente do que o velho ou o novo Alvalade.
Com tanto chefe de Governo vaiado nos últimos três anos aqui na pátria, acabei por me lembrar de um episódio ocorrido no velhinho José de Alvalade já lá vão mais de 33 anos. Nessa altura, quando se ia disputar um Sporting-Benfica, a chegada de Marcello Caetano à tribuna daquele estádio a rebentar pelas costuras foi anunciado aos microfones, alto e a bom som, para que toda a gente ouvisse. Imediatamente, o "povo" levantou-se e aplaudiu de pé o então presidente do Conselho que escapara dias antes ileso ao fracassado golpe militar das "Caldas". É verdade que, no dia 25 de Abril, muita gente vaiou o mesmo Marcello Caetano quando abandonou, a bordo de um chaimite, o quartel do Carmo onde se refugiara ao ter conhecimento do golpe militar ocorrido naquele dia. Também é verdade que estas coisas valem o que valem e que os tempos são, absolutamente, outros. No entanto, convém recordar que entre nós o respeitinho continua a reinar e que, para que não tenhamos ilusões, o Largo Carmo em Lisboa sempre levou muito menos gente do que o velho ou o novo Alvalade.
2 comentários:
Uma análise deveras interessante...Abraço
Pois com tantos bufos e pides que é que se atreveria a vaiar o ditador Marcelo.
Isto só prova que pelo menos com o 25 de Abril, nenhum governante está acima da vaia ( mesmo que alguns nuvens de autoritarismo comecem a surgir ).
E depos no estadio dos lagartos TUDO é possivel...
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