Três grandes cabeças comentadoras do regime que temos - Sousa Tavares, Bettencourt Resendes e Carlos Magno - não perceberam, ou fizeram que não perceberam, a relevância da comunicação que Cavaco Silva fez hoje ao país por causa das questões políticas sérias que suscita o novo estatuto autonómico dos Açores e no qual, valha a verdade, ninguém tinha, aparentemente, reparado. É pena esta desclassificação a três, porque aquele novo estatuto pretende mudar a arquitectura do regime – nomeadamente mexendo em poderes do presidente da República sem que antes se altere, como se poderá fazer na Assembleia da República, a Constituição.
Por outro lado, convém recordar que a saúde de um país não se mede apenas pelo estado da economia ou das finanças públicas e pela percentagem de desempregados, temas sobre os quais Cavaco Silva tem pensamento e preocupações que já manifestou mais do que uma vez.
Por outro lado, convém recordar que a saúde de um país não se mede apenas pelo estado da economia ou das finanças públicas e pela percentagem de desempregados, temas sobre os quais Cavaco Silva tem pensamento e preocupações que já manifestou mais do que uma vez.
Há depois outras leituras que se podem fazer sobre as razões de Cavaco Silva. Mas por agora fiquemos por aqui na certeza de que os verdadeiros problemas na cada vez mais difícil relação entre o Estado e as autonomias nunca começou nem acabou na Madeira, no PSD-Madeira e em Alberto João Jardim. Por isso, hoje ao jantar houve quem se visse obrigado a engolir uns quantos sapos e passará o serão com copos de digestivos na mão.
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