20.7.08

A “Discussão”.

Segundo o Público de hoje (20/7/2008), Alberto Martins foi dizer aos jovens socialistas que se preparam para eleger um novo líder, que a “discussão” política sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo deve ficar para depois de 2009. Nada tenho a opor. Mas bom será que a dita “discussão”, que é de natureza civilizacional, não seja varrida para debaixo do tapete durante a campanha eleitoral e que, portanto, todos os partidos digam ao que vão nesta matéria.
Aliás, e já que Manuela Ferreira Leite, como Francisco Louçã, tiveram a oportunidade de dizerem o que defendem no que respeita ao casamento entre pessoas do mesmo sexo, resta agora saber o que pensam Paulo Portas e, sobretudo, Jerónimo de Sousa e José Sócrates. Se aquilo que pensam Paulo Portas ou Jerónimo de Sousa pouco pode importar caso PS ou PSD vençam as próximas eleições legislativas com maioria absoluta, mais importante é conhecer a posição de Sócrates. É que o seu "sim" ou o seu "não" ao casamento entre pessoas do mesmo sexo pode não apenas tornar Portugal diferente para melhor ou para pior, como pode fazer a diferença entre uma vitória ou uma derrota eleitoral. E isto, mais do que tudo, é que preocupa Sócrates, o PS e a JS e, portanto, pode fazer com que as opiniões sobre o modelo de casamento, de família, de sociedade e de civilização que queremos ter sejam convenientemente escondidas até 2009.
Actualização: Sócrates foi, entretanto, discursar no Congresso da JS. Falou e voltou a falar mas ainda não disse o que pensa sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo e se esta questão estará no programa eleitoral do PS para 2009. Os jotinhas também não lhe perguntaram nada. Devem estar instruídos.

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