A RTP 2 está repor, penso que não será a primeira vez, uma série que trata das peripécias amorosas e sexuais protagonizadas por um generoso grupo de lésbicas californianas bem parecidas e de extracção social e cultural aparentemente elevada. Como já sucedia numa série de que vi um par de episódios incompletos e que a RTP 2 também passou há, talvez, um par de anos sobre homens que se dedicavam a ir para cama com outros homens e a apaixonarem-se uns pelos outros – com inevitáveis desencontros pelo meio – cada vez me convenço mais de que a homossexualidade, em si mesma, é uma coisa muito aborrecida e que, no limite, não tem identidade própria, ao contrário do que estabelecem novos hábitos e interesses culturais, económicos e sociais. Talvez por isso, tenha recordado, enquanto quase adormecia a ver parte de um desses episódios sobre as “chicas” da Califórnia, as palavras usadas sistematicamente por alguém mais velho da minha família – uma tia, uma avó, a minha mãe? – quando eu era criança e me dedicava a fazer perguntas então tidas como incómodas sobre sexo e sexualidade. A reposta que ouvia era inevitavelmente sempre a mesma: “Oh filho, essas coisas não existem.” De facto, a homossexualidade, para além do sexo em si, não existe. Demorei 40 anos a perceber…
Nota: Na foto acima, e para informação daqueles e daquelas que adormeceram antes de se ter iniciado qualquer episódio da "L Word", aparecem as suas protagonistas.
1 comentário:
Muito muito interessante... Talvez um pouco difícil afirmar este tipo de coisas nos dias de hoje e sobretudo nestes meios mas estas provocações ainda são legítimas, ainda
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