14.1.08

O estranho caso do Banco de Portugal

Suspeito que este ping-pong entre PSD e Banco de Portugal, por causa da crise do BCP, só é possível por causa da reavaliação das contas públicas que Banco de Portugal e Vítor Constâncio aceitaram fazer logo após a chegada de Sócrates à chefia do Governo servindo os interesses destes e não cuidando da independência da instituição.

Esta inopinada e singular entrada do Banco de Portugal no combate político quotidiano – espaço tradicionalmente reservado ao Governo, ao Parlamento, aos partidos, aos sindicatos, às organizações patronais ou à presidência da república – diminuiu, objectivamente, a autoridade daquela instituição. Se não estiver errado nesta apreciação, não serei eu quem irá prever quando e com quem o Banco de Portugal ganhará a credibilidade e a imparcialidade desperdiçada, aparentemente, em nome de nada e a troco de nada.

Foto: Agência do Banco de Portugal em Évora.

1 comentário:

Pedro Braz Teixeira disse...

Inteiramente de acordo. Só falta acrescentar que o anterior governador esteve excessivamente calado com o descalabro orçamental de Guterres. Uma outra forma de minar a credibilidade do Banco de Portugal, embora esta menos visível a olho nu.