30.11.07

Lisboa Revolucionária




Hoje, se a greve geral da função pública o permitir, estarei às 19 horas nos "Paços do Concelho" em Lisboa no lançamento do último livro de um colega que é também um velho e querido amigo: refiro-me a Fernando Rosas e à sua Lisboa Revolucionária editada pela criativa Tinta da China.

26.11.07

O Aborto Clandestino

Esta notícia do Público espanhol recorda-nos que a legalização do aborto não põe fim ao aborto clandestino. Antes pelo contrário. Resta saber qual será a pena para os criminosos. Os que estão dispostos a fazer um aborto em qualquer circunstância por uma boa quantidade de dinheiro; e as que estão dispostas a matar os seus filhos totalmente fora da suposta, ou real, razoabilidade que uma lei que permita o aborto comporta.

21.11.07

Good Friend, C'est Moi!

Agora que a selecção portuguesa de futebol conseguiu o seu apuramento, a ferros, para o "Europeu", resta-me lamentar, sinceramente, a ausência da Inglaterra, derrotada em casa, no último jogo com a Croácia (2-3). Poder-se-á pensar que estou a ser cínico. Afinal ganhamos sempre, bem ou mal, à Inglaterra em fases finais de europeus ou de mundiais - com excepção do sucedido em 1966. Mas não é verdade. Lamento que uma equipa que, normalmente, joga bem à bola e tem grandes “intérpretes”, não vá à Suíça e à Áustria. Por uma vez sinto-me, verdadeiramente, anglófilo. O que é bom. Afinal é nos maus momentos que se conhecem os verdadeiros amigos. Como eu!

17.11.07

No Colchão

Parece óbvio que, no jogo de hoje com a Arménia, a selecção portuguesa de futebol fez aquilo que é suposto Cristiano Ronaldo não fazer num anúncio a um Banco. Ou seja, a equipa portuguesa não saiu do colchão. Extraordinário é que, apesar disso, tenha marcado um golo e ganho o jogo.

Palavras leva-as o vento.

Imagem: Um cata-vento. Fonte: www.imagemnativa.com.br/fotos/507_14_cata-vento.jpg.

Recordo, a quem diz reconhecer “consideração pelo significado das palavras”, ou que “a um adversário não se devem distorcer as palavras”, que o rei Juan Carlos não mandou que Chávez se calasse. Perguntou-lhe, isso sim, porque é que não se calava.

15.11.07

Independentismo Galego.

Com a explosão de mais uma bomba em Cangas esta madrugada, certo “independentismo” galego dá mostras de querer aprofundar uma táctica, ou uma estratégia, de "luta armada". Por agora não é mais do que um terrorismo de muito baixa intensidade. Trata-se de um problema a seguir com atenção nos tempos mais próximos, e não só.

Salazar e Sócrates

Na mesma semana em que as memórias de "Micas", a perfilhada de Oliveira Salazar, chegaram às livrarias e mereceram destaque na imprensa, a revista Visão publica uma reportagem sobre a vida de José Sócrates em privado. Mal por mal prefiro a Micas. É que conta uma história onde se dispensa a intervenção do propagandeado e de qualquer agência de comunicação.

14.11.07

O Mistério do Passaporte!



A selecção portuguesa joga esta semana, em Portugal, os dois derradeiros jogos da chamada fase de qualificação para o campeonato europeu de futebol a disputar em 2008. Gostava por isso que me explicassem por que razão, Paulo Bento, o treinador do Sporting, ao avisar pelo telefone o lateral direito do seu clube, Abel, de que este tinha sido convocado por Scolari à última hora, o jogador deveria fazer as malas, pegar no passaporte (sic) e dirigir-se ao estágio da selecção!

13.11.07

Os Duques de Lugo

A Infanta Elena de Bourbon, que já ouvi ser comparada, na sua muito badalada sexualidade voraz, a Isabel II de Espanha, separou-se de Jaime de Marichalar. Ou melhor, fontes da casa real espanhola reconheceram publicamente aquilo que era um facto conhecido e comentado por muita gente há vários anos. Se a separação dos duques de Lugo se tratasse de uma surpresa absoluta, podíamos argumentar que a falta de paciência de Juan Carlos com Hugo Chavez na cimeira ibero-americana tinha tido o anúncio público deste evento nefasto como causa próxima. No entanto, não deve ter sido assim.
Da separação, em si mesma, só podemos concluir aquilo que é a vulgarização imparável das monarquias europeias. Neste caso, é por demais evidente que também elas padecem dos problemas típicos e das falsas expectativas que dão forma e conteúdo às classes médias no mundo ocidental, fazendo, infelizmente, tábua-rasa do facto de que, desde a Segunda Guerra Mundial, o divórcio deixou de ser marca de distinção das elites. Tal e qual como a formosura proporcionada por uns quilos a mais ou a elegância que pairava por trás do acender de um cigarro. Resta-me aguardar pelo nome do sucessor oficial do filho dos condes de Ripalda na cama de Elena. Fala-se muito de um cavalheiro que usa óculos. Juro que não sou eu.

Gordon encontra Moss


11.11.07

Cachimbadas

A partir de hoje também postarei no Cachimbo de Magritte. A culpa é minha, do Pedro Picoito, que me convidou, e dos restantes companheiros de Cachimbo, que aceitaram ir em tamanha loucura.

Armistício

Cumprem-se hoje 89 anos sobre o “Armistício” que pôs fim à Primeira Guerra Mundial (dias antes já a Bulgária, a Turquia e o Império Austro-Húngaro tinham saído de uma guerra que se tornara insustentável militar, política e socialmente). Quem, como eu, tenha sintonizado a meio da manhã a Sky News no canal 32 da TV Cabo na região de Lisboa, assistiu a uma cerimónia de homenagem a todos aqueles que, no Reino Unido e em boa parte dos países da Commonwealth, serviram nas Forças Armadas e morreram pelos seus países não apenas na guerra de 1914-18, mas em todos os conflitos militares em que esses mesmos países, mas acima de tudo o Reino Unido, estiveram ou ainda estão envolvidos. Não vou agora divagar sobre os méritos desta cerimónia em que se envolve toda a classe política britânica e de muitos estados membros da Comunidade Britânica, os veteranos de guerra, as suas viúvas, e boa parte da sociedade civil britânica e de países àquela comunidade, dando significado patriótico profundo a um dos poucos feriados que, por exemplo, os britânicos têm no seu calendário. Aliás, quem assistisse atentamente a esta cerimónia percebia facilmente algumas das razões pelas quais os britânicos têm tanta dificuldade em mudar do paradigma imperial e insular para o paradigma europeu expresso na União Europeia (entre outras coisas um vazio de “símbolos” e de “exemplos”).
Prefiro aqui sublinhar o carácter catastrófico da Grande Guerra, a começar pelo elevado número de mortos que provocou entre os súbditos de Jorge V, monarca de um império espalhado por todos os continentes. A experiência britânica na primeira guerra geral europeia do século XX, que foi para os britânicos muito mais mortífera do que a mediática Segunda Guerra Mundial, pôs fim a uma idade de ouro na história do império britânico e da Europa ao destruir cem anos de paz “quase” ininterrupta, e por ter sido o toque de finados de uma sociedade, de uma cultura e de uma civilização que, embora em mudança acelerada, assentavam em princípios que procuravam garantir o equilíbrio possível entre a tradição, que sobrevivera à revolução francesa e às guerras napoleónicas, e a modernidade trazida pela industrialização, pela rápida urbanização, pela primeira globalização da era industrial, pelo crescimento demográfico exponencial e pelo advento e consolidação do nacionalismo e do socialismo modernos.
Teria sido a guerra evitável tendo em conta as circunstâncias que a provocaram? Historiadores dizem que sim! Outros dizem que não! O que é certo é que a guerra de 14-18 mudou radicalmente e irreversivelmente o mundo. Tentou democratizá-lo sem êxito. Procurou recuperar, também sem êxito, o capitalismo industrial e financeiro sustentado no padrão-ouro. Transformou os EUA na primeira potência económica mundial ao mesmo tempo que enfraqueceu o Império Britânico e humilhou, por razões diferentes, franceses, alemães e russos. Acabou por procurar encontrar soluções políticas e diplomáticas que tornassem a guerra não apenas ilegal mas também impossível. Fracassou igualmente neste intento. Provocou duas revoluções na Rússia e, com isso, criou condições para que no maior império da história nascesse o primeiro regime socialista de inspiração marxista, facto que ajuda a perceber, ainda que não totalmente, o advento dos fascismos e do nazismo e, também, da Segunda Guerra Mundial. Alargou geograficamente os impérios coloniais europeus mas corrompeu os pressupostos políticos e ideológicos em que assentava o imperialismo e o colonialismo renascidos na segunda metade do século XIX.
Mas da experiência da Grande Guerra e do seu significado guardo na minha memória um testemunho cruzado sobre a dita. Henry Kissinger deixou escrito algures no seu Diplomacy que, em plena "revolução" Tatcher no início da década de 1980, se encontrou com Harold Macmillan, antigo primeiro ministro britânico de um governo conservador. Este ter-lhe-á confessado que assistia com horror e antipatia à forma como o (novo) Partido Conservador enfrentava, numa guerra sem quartel, os sindicatos que lutavam pela preservação de um modelo económico e social começado a construir ainda na década de 1920 e consolidado por sucessivos governos trabalhistas e conservadores nas décadas de 1930 a 1970. Para Macmillan, e segundo Kissinger, aqueles que nas ruas e nas empresas públicas ou privadas lutavam em prol da manutenção dos seus postos de trabalho e do seu modo de vida assente numa forte protecção social sustentada pelos impostos pagos pelos contribuintes não passavam dos netos dos que, como ele, tinham lutado, ficado estropiados ou morrido nas trincheiras da Flandres entre 1914 e 1918 e que por isso qualquer governo de Sua Majestade não tinha qualquer legitimidade moral para lhes exigir os sacrifícios que exigia e, sobretudo, lhes impunha. Ou seja, nenhuma experiência política e social no Reino Unido terá contribuído tanto para criar uma nação a partir de uma sociedade sempre muito dividida. As guerras têm muitas vezes, mais do que qualquer outra experiência colectiva, este enorme mérito. Unem em vez de separar.

10.11.07

Monarquia e Democracia.

No Arrastão, o Daniel Oliveira aproveita um incidente provocado por Chavez em mais uma cimeira ibero-americana, para dizer que Juan Carlos I de Espanha não pode criticar o presidente da Venezuela pela simples razão de que nunca foi eleito. Como se não bastasse, Daniel Oliveira resume a acção de um monarca constitucional como Juan Carlos I àquilo que vai vendo e lendo na imprensa cor-de-rosa espanhola e portuguesa (pelo menos). Não sou monárquico, nem republicano no sentido mais formal de cada um dos termos, embora a “república”, em sentido amplo, seja o meu regime. Apenas, e como Churchill terá um dia dito, me revejo na democracia por ser o pior dos regimes à excepção de todos os outros. No entanto, o Daniel, e não só, faz muito mal em considerar que a legitimidade de um rei como o de Espanha se encontra diminuída pelo facto não ser um chefe de Estado eleito. Faz mal. Juan Carlos I é e será chefe de Estado de Espanha e a monarquia constitucional vigorará em Espanha, como em muitos outros países europeus que se encontram entre mais prósperos, livres e desenvolvidos do mundo, por vontade expressa do povo espanhol. Convém, por exemplo, recordar que a Constituição espanhola em vigor foi referendada pelo povo espanhol, coisa que não aconteceu com a portuguesa que nos rege. Por outro lado, pergunto a Daniel Oliveira e a muitos outros republicanos e democratas de trazer por casa se por acaso pensam que a Espanha, a Suécia, o Reino Unido, a Bélgica, a Noruega, a Dinamarca, a Suécia, ou o Luxemburgo são sociedades e sistemas políticos menos livres e menos democráticos pelo simples facto dos respectivos chefes de Estado não serem eleitos directamente pelo povo ou pelo parlamento cada quatro ou cinco anos. É óbvio que não! Só o será por preconceito ideológico legítimo mas tacanho q.b..

9.11.07

O Tempo dos Humanos

Este Verão que se arrasta Outono dentro começa a fazer as suas mossas. Não me refiro às ameaças de seca e aos incêndios florestais fora de época, como se fosse a primeira vez em décadas que um Verão, que não chegou quando supostamente devia, decide instalar-se confortavelmente no sudoeste europeu nos meses de Outubro e Novembro. Refiro-me, isso sim, à ansiedade que provoca nos nossos concidadãos e que, em vez de gozarem os últimos dias de um bom tempo que não tardará muito em deixar-nos (só não sabemos quando nem como), passaram a andar por aí meios loucos e capazes de cometerem algumas pequenas ou grandes barbaridades. Senão veja-se o índice de sinistralidade rodoviária contabilizado no último par de semanas. Há atropelamentos mortais, despistes e choques frontais como se caíssem trinta ou mais litros de chuva por metro quadrado cada dia, as estradas à noite e de madrugada estivessem repletas de gelo ou o nevoeiro não nos permitisse ver mais do que dois palmos à frente do nariz. Em vez de desfrutarmos do Verão que S. Martinho generosamente nos enviou, comportamo-nos ao volante como se sobre nós tivesse caído uma tempestade idêntica aquela que cavalgou o Mar do Norte e as suas margens nas últimas horas.

6.11.07

O Rei Juan Carlos I, o Presidente Zapatero, a Espanha e o Marrocos.

Foto: Bandeira de Ceuta
As visitas do rei Juan Carlos e de Dona Sofia a Ceuta (ontem) e a Melilla (hoje) merecem atenção e cuidados por gerarem dúvidas e inquietações. Em ambos os enclaves rei e rainha foram recebidos por milhares de pessoas aos gritos de "Viva España!", enquanto no Marrocos as autoridades nacionais punham publicamente em causa, e em termos razoavelmente violentos, a legitimidade da soberania de Madrid naquelas duas praças, comparando-as até à situação dos territórios da Palestina ocupados por Israel.
As visitas, que nunca tinham acontecido desde que a democracia foi instaurada em Espanha após a morte de Franco, eram uma reivindicação das populações e das autoridades daqueles territórios. Dona Sofia e o rei nunca tinham aceite os convites que lhe eram dirigidos pelas autoridades das duas cidades pela simples razão de que a sua presença despertaria indesejáveis fantasmas marroquinos e coloniais. Mas, e sobretudo, pela simples razão de que em nenhum momento dos seus mandatos Suarez, González ou Aznar necessitaram de ir tão longe, enviando os reis ao Marrocos espanhol, para manifestarem a sua dedicação a Espanha e o seu empenho na unidade do Estado. Em vésperas de eleições legislativas, e com uma governação manchada pelas absurdas cedências feitas aos nacionalismos e aos regionalismos, é natural que Zapatero arrisque tanto na relação de Espanha com Marrocos para tentar ganhar alguma credibilidade numa área em que cedo desperdiçou, junto do eleitorado moderado, um pouco capital que no início do seu mandato naturalmente possuiu. Resta apenas saber se, e apesar das aparências, a visita do rei e da rainha a Ceuta e a Melilla foram combinados com a monarquia marroquina e que preço pagarão espanhóis – nomeadamente os que vivem e trabalham naquelas duas praças fortes – por terem finalmente recebido aos gritos de “Viva España” el-rei Juan Carlos e Dona Sofia. Resta também saber se a Casa Real conhece os termos de uma muito provável transacção.

O Debate Orçamental

O debate sobre o orçamento geral do Estado está a deixar o primeiro-ministro em estado de grande excitação. Acha que são favas contadas. É capaz de ter razão! Afinal a primeira intervenção de Santana Lopes foi de bradar ao céus. E a segunda também. E como diz Flor Pedroso: "de orçamento nada".

Ridículo!

Foi grave e trágico o acidente da noite passada na A23. Mas é ridícula a cobertura do acontecimento feita pelas televisões nas últimas 18 horas. Repetitiva, redundante, patética, superficial, lamechas, enjoativa. Como se não bastasse, a SIC entrevistou hoje, por voltas da 13,30 h, uma vítima internada num hospital, deitada na cama da enfermaria e com uns tubos enfiados pelo nariz. E não me digam que é por causa das audiências. É pura e simplesmente ridículo!

O Decote e o Tule

O trágico acidente na A23 deu-nos a conhecer mais uma governadora civil rosa. Não pergunto onde é que as vão desencantar, por só me ocorrer uma qualquer distrital ou concelhia do PS que por fatalidade da vida político-partidária portuguesa nas últimas décadas não pode merecer qualquer respeito.
Mas vale a pena perguntar porque razão evoco eu aqui a excelsa senhora. Não, não é pelo (des)penteado. Faço-o por causa da "blusa". Uma "blusa" preta, aparentemente de seda barata e enxovalhada com uma tira de tule também negro sobre um decote onde se insinua um peito que talvez, há uns trinta ou quarenta anos, merecesse tal cuidado e atenção por parte de quem se vestia e de quem via.
É um denso mistério que uma governadora civil se possa vestir daquela maneira. Será que o fez já consciente de que havia vítimas mortais no acidente de viação ocorrido no seu distrito? Ou será que veio directamente para a frente das câmaras de televisão de um qualquer evento social onde, certamente, estaria entre as mais mal vestidas?

4.11.07

Estradas de Portugal?

O relatório ("preliminar"?) que o Tribunal de Contas produziu sobre a situação financeira calamitosa em que encontra as Estradas de Portugal (sucessora da tristemente célebre Junta Autónoma das Estradas que Cravinho tentou pôr na ordem nos tempos do defunto Guterres) é mais do que aquilo que aparenta. Será politicamente e aparentemente muito útil à oposição e terrível para o PS e para o Governo no debate sobre o Orçamento Geral do Estado que aí vem. Por outro lado, fragiliza ainda mais politicamente o ministro Mário Lino. Ora este ministro só interessa e só tem interessado por causa da construção do novo aeroporto de Lisboa. Quem, portanto, ganha com um ministro das Obras Públicas fragilizado, ou até na rua, no momento da escolha da localização de um novo aeroporto internacional que sirva a capital do país e o seu entorno e que poderá – talvez – não ser a Ota? A Sócrates, com certeza! Ou não?

2.11.07

Empate que sabe a vitória!


"Os Belenenses" empataram esforçada, mas naturalmente, no Estádio do Dragão com o líder da 1.ª Liga, o Futebol Clube do Porto. Para a semana há mais!

Coincidências e Desconfiança

Um trágico acidente hoje em Lisboa ao princípio da manhã fez dois mortos e um ferido em estado muito grave. Abriu assim hoje, às 9 horas, a TSF o seu noticiário. Logo a seguir vinha uma notícia que dava conta de que o Ministério da Administração Interna se encontra a estudar um proposta feita por uma empresa de marketing, segundo a qual os automóveis deveriam, ou poderiam, passar a circular com um dístico bem visível que classificava o grau de “perigosidade” do condutor. Além do absurdo da proposta que radica, desde logo, no facto de não haver automóveis perigosos mas sim condutores perigosos e da questão deste tipo de “dísticos” ter na Europa uma história no mínimo triste e trágica, fica ainda a ideia de que a notícia sobre o "estudo" e os “dísticos” e o destaque dado à notícia sobre o acidente não são inocentes. De facto, há coincidências que só os jornalistas e as centrais de informação do Governo conhecem mas que, infelizmente, não passam ao lado de quem pela manhã ouve telefonia enquanto se barbeia.
Ou então, não passo eu de um pobre português desconfiado que ajuda a colocar o nosso país em segundo lugar no ranking dos países em que menos se confia nos outros, sejam eles pessoas ou instituições.